Chefões da tecnologia ficam juntos e aparecem em lugar de destaque na posse de Trump
Mark Zuckerberg (Meta), Jeff Bezos (Amazon), Sundar Pichai (Google), Elon Musk (X e Tesla) e Tim Cook (Apple) se sentaram na primeira fileira na cerimônia
Lada a lado: os CEOs de big techs Mark Zuckerberg (Meta), Jeff Bezos (Amazon), Sundar Pichai (Google), Elon Musk (X e Tesla) e Tim Cook (Apple) foram destaque no palco de cerimônia de posse de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos.
As lideranças do Vale do Silício ficaram na primeira fileira, inclusive à frente de integrantes importantes do governo, como ministros e secretários. O por quê desse destaque todo? Desde a eleição de Donald Trump, os principais representantes das grandes empresas de tecnologia iniciaram um processo de rápida aproximação com o republicano, que inicia o segundo mandato nesta segunda, 20. Cada um desses chefões tem motivos diferentes que passam pela redução de processos antitruste, maior liberdade para fusões e aquisições, sobretudo as que envolvem startups, e uma abordagem mais permissiva em relação à inteligência artificial (IA) e criptomoedas.
Cada um dos líderes já registrou alguma conquista mesmo antes da posse. Inclusive, o mais vocal deles, Elon Musk, ganhou o Departamento de Eficiência Governamental. Suas empresas, Tesla e SpaceX também já venceram contratos públicos de peso. Durante a posse, Trump citou missões espaciais quando disse que vai "crescer o território e colocar nossa bandeira ao planeta Marte". Nesse momento, Elon Musk sorriu e fez sinal de positivo para as câmeras.
O antes detrator Mark Zuckerberg virou aliado. As duas principais ações do dono do Facebook que sinalizam o apoio foram a trocar Nick Clegg, presidente de assuntos globais da companhia, por Joe Kaplan, um republicano conhecido por intermediar a relação da empresa com os conservadores, e acabar com a moderação de conteúdo e checagem de informações de suas redes - duas iniciativas consideradas "inimigas do povo" por Trump.
No discurso, Trump endossou a ideia de que políticas de regulação impediam a liberdade de expressão e disse que vai apoiar medidas para "restaurar" a liberdade de expressão — argumento usado pela extrema direita contra regulação nas redes sociais — e a extinção de programas de diversidade
Jeff Bezos, da Amazon e Blue Origin, igualmente conciliou apoio político e ganho empresarial. Enquanto a Amazon cresceu em lucratividade no primeiro mandato Trump, a Blue Origin busca espaço nos contratos para exploração espacial. Por isso o interesse.
O poder e o dinheiro nunca estiveram tão ligados como no início desse mandato. Dos 80 escolhidos pelo presidente para compor o governo, dez são bilionários e ao menos cinco são multimilionários.
Expoentes democratas também sinalizaram à Trump e por isso foram convidados para a posse. Caso de Sundar Pichai e Tim Cook. O CEO da Apple está preocupado com a concorrência chinesa e mesmo discreto e explicitamente apoiador de políticas progressistas, o executivo se mantém pragmático quando o assunto é política protecionista.