Chernobyl: área de tragédia nuclear deve ganhar usina de energia eólica
Segundo o anúncio, projeto trará investimentos, novos empregos e "contribuir para o desenvolvimento de tecnologias verdes"
O governo da Ucrânia se uniu com a empresa alemã Notus Energy para construir uma usina de energia eólica na Zona de Exclusão de Chernobyl, onde ocorreu o famoso acidente radioativo em 1986.
De acordo com uma análise inicial de viabilidade da companhia, a área oferece potencial para 1.000 megawatts (MW) de energia eólica. Na prática, seria eletricidade para abastecer cerca de 800 mil residências em Kiev, capital da ex-república soviética, e arredores.
O Ministério de Proteção Ambiental e Recursos Naturais do país promete que o projeto trará investimentos e novos empregos, além de "contribuir para a independência energética da Ucrânia, o desenvolvimento de tecnologias verdes e o enriquecimento do Estado".
A Ucrânia — atualmente em conflito contra a Rússia — e a Notus assinaram um acordo de cooperação sobre o projeto em 11 de setembro. Já o anúncio oficial ocorreu durante uma visita da ministra das Relações Exteriores da Alemanha, Annalena Baerbock, a Kiev.
Os parceiros concordaram em examinar a implementação concreta do projeto. Haverá, portanto, análises sobre o estado da infraestrutura de rede existente e áreas potencialmente adequadas, com base na avaliação das radiações e do impacto ambiental da região afetada.
Segundo o site de notícias The Kyiv Independent, a Zona de Exclusão de Chernobyl atualmente compreende um raio de 30 quilômetros ao redor da usina nuclear afetada pelo acidente há 37 anos. Esta, por sua vez, ficava a cerca de 130 quilômetros ao norte de Kiev. Na época, a Ucrânia fazia parte da antiga União Soviética.
A maior parte da Zona de Exclusão permaneceu abandonada e proibida para acesso desde o desastre nuclear, que resultou da explosão de um reator e na época matou mais de 25 mil pessoas.