Chimpanzés conseguem reconhecer rostos após duas décadas
Em um dos casos, um bonobo reconheceu um rosto após 26 anos – um recorde de memória facial além da nossa espécie
Um estudo, publicado na revista científica Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS), na segunda-feira (18), revelou descobertas importantes sobre a capacidade de chimpanzés e bonobos de recordar rostos de outros macacos mesmo após décadas de separação.
A pesquisa, liderada pela pesquisadora Laura Lewis, psicóloga comparativa da Universidade da Califórnia, Berkeley, contou com 26 macacos em diferentes zoológicos na Escócia, Japão e Bélgica.
Os cientistas exibiram imagens de outros em monitores próximos aos recintos dos primatas, enquanto eles bebiam suco durante o experimento.
Na tela, era mostrado o rosto de um primata estranho e de um velho conhecido que o macaco do experimento não via há anos.
Tempo
Os resultados mostraram que os primatas dedicavam consistentemente mais tempo a examinar os rostos de antigos conhecidos do que aos rostos de estranhos, mesmo após longos períodos de separação.
Essa resposta não foi influenciada pelo parentesco, já que os antigos conhecidos não relacionados também receberam mais atenção do que os estranhos.
Além disso, os macacos demonstraram gastar mais tempo olhando para os rostos dos animais com os quais tiveram experiências positivas, indicando a presença de memórias duráveis associadas a interações positivas.
Em um dos casos, um bonobo reconheceu um rosto após 26 anos – um recorde de memória facial além da nossa espécie.
Essas descobertas sugerem a possibilidade de os macacos formarem alianças com velhos conhecidos ao se reencontrarem anos depois, utilizando essas memórias duradouras para beneficiar suas vidas sociais.
Lewis disse ao New York Times que, embora o estudo ofereça informações valiosas sobre a memória facial dos macacos, ainda é necessário compreender mais profundamente como são formadas e mantidas ao longo do tempo.