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China pode impedir venda do algoritmo do TikTok nos EUA após Biden assinar projeto de lei

País natal da ByteDance pode impedir a empresa de vender o principal ativo do app

25 abr 2024 - 19h43
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Após a assinatura do projeto de lei que promete banir o TikTok caso não for vendido nos EUA, a China pode impedir que a ByteDance inclua o algoritmo da plataforma no negócio. Se isso acontecer, o comprador ficaria apenas com a marca, conteúdo e base de usuários, sem a principal ferramenta que impulsiona a lucratividade da rede social.

O algoritmo de recomendação do TikTok é considerado o principal responsável pelo sucesso do app - sua sofisticação é crucial para manter os usuários engajados na plataforma, o que por sua vez atrai anunciantes. Para especialistas, a capacidade do algoritmo é também uma derrota para as empresas de tecnologia dos EUA, que não conseguiram desenvolver ferramenta semelhante.

Essa não seria a primeira vez que a China usaria seu poder para impedir a venda do algoritmo do app. Em 2020, quando o TikTok foi ameaçado pelos EUA pela primeira vez, a China vetou a venda do algoritmo. Se uma empresa americana mostrar interesse na plataforma novamente, o governo chinês pode proibir a inclusão do algoritmo na negociação.

Com a lei assinada por Joe Biden na quarta, 24, o aplicativo da ByteDance terá o período de 270 dias (aproximadamente 9 meses) para vender as operações da plataforma nos EUA ou será banida permanentemente do país.

Em resposta às especulações sobre a venda do TikTok, a ByteDance chegou a emitir um comunicado através da plataforma Toutiao, afirmando que não possui planos de vender o aplicativo. A empresa reiterou seu compromisso em enfrentar os desafios legais e continuar operando nos EUA, expressando confiança em sua capacidade de superar as restrições legais e manter suas operações ativas no país.

A lei aprovada pelos EUA foi motivada por preocupações de segurança nacional, destacando temores de que a China possa acessar dados dos usuários americanos ou utilizar o TikTok para atividades de vigilância. Desde 2020, o TikTok enfrenta ameaças regulatórias nos EUA, com preocupações crescentes sobre a segurança nacional devido ao relacionamento da ByteDance com o governo chinês.

O então presidente Donald Trump assinou uma ordem executiva para banir o aplicativo, porém, essa foi a primeira vez que o Congresso e o Senado aprovaram uma legislação para efetivar essa medida. Durante esse período, houve tentativas de negociação entre a ByteDance e a Microsoft para manter a operação do TikTok nos EUA, porém, o acordo não se concretizou, permitindo que o aplicativo continuasse operando no país.

*Alice Labate é estagiária sob supervisão do editor Bruno Romani

Estadão
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