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China pode usar TikTok para influenciar eleições dos EUA? Entenda

Projeto de lei que forçaria a plataforma a se desvincular da ByteDance, empresa controladora, está em votação na Câmara norte-americana

14 mar 2024 - 14h18
(atualizado em 9/4/2024 às 15h01)
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A diretora de Inteligência Nacional dos EUA, Avril Haines, demonstrou preocupações de que o governo chinês possa usar o TikTok para influenciar as eleições americanas de 2024. A informação é da CNN.

China pode usar Tiktok para influenciar eleições dos EUA? Entenda
China pode usar Tiktok para influenciar eleições dos EUA? Entenda
Foto: Drew Angerer / Equipa / Perfil Brasil

Essa afirmação surge após relatórios das agências de inteligência dos EUA sobre o suposto uso da plataforma nas eleições intercalares de 2022. "As contas do TikTok administradas por um braço de propaganda da RPC [República Popular da China] teriam como alvo candidatos de ambos os partidos políticos durante o ciclo eleitoral intercalar dos EUA em 2022", afirma o documento do Gabinete do Diretor de Inteligência Nacional (ODNI).

Enquanto a comunidade de inteligência não tem indicações claras de que a China pretende fazê-lo, autoridades estão atentas ao potencial de interferência estrangeira.

Legisladores avaliam proibir o Tiktok

Um projeto de lei que forçaria o TikTok a se desvincular da ByteDance, sua empresa controladora chinesa, está em votação na Câmara. Autoridades de segurança nacional dos EUA alertam para o risco de que o algoritmo do TikTok possa ser usado como uma arma de desinformação.

Os legisladores e reguladores têm expressado preocupação com o fato de o TikTok e a sua empresa-mãe, ByteDance, poderem colocar dados sensíveis dos utilizadores, como informações de localização, nas mãos do governo chinês. Eles apontaram para leis que permitem ao governo chinês exigir secretamente dados de empresas e cidadãos chineses para operações de recolha de informações.

Além disso, eles também estão preocupados que a China possa usar as recomendações de conteúdo do TikTok para desinformação, uma preocupação que aumentou nos Estados Unidos durante a guerra entre Israel e Hamas. Alguns críticos dizem que a plataforma alimentou a "disseminação do anti-semitismo e promoveu conteúdo pró-palestino para usuários americanos".

O TikTok nega qualquer conexão com o governo chinês, embora a desconfiança persista entre as autoridades americanas. "Tomamos medidas regularmente contra comportamentos enganosos, incluindo redes de influência secretas em todo o mundo, e temos sido transparentes ao denunciá-los publicamente", disse um porta-voz da plataforma à CNN. Uma declaração em seu site diz: ByteDance "não pertence ou é controlada por nenhum governo ou entidade estatal".

"Quando se trata do algoritmo [do TikTok] e do algoritmo de recomendação, e da capacidade de conduzir operações de influência, isso é extraordinariamente difícil de detectar e é isso que o torna um risco tão pernicioso", afirmou o diretor do FBI, Christopher Wray, aos legisladores na audiência de terça-feira.

Wray e outras autoridades dos EUA argumentaram que o governo chinês poderia "pressionar o proprietário do TikTok, ByteDance, a transformar efetivamente seu algoritmo em uma arma para atingir os americanos com desinformação".

 * Sob supervisão de Lilian Coelho

Perfil Brasil
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