Chip alimentado por sangue pode detectar doenças em tempo real; entenda
Pesquisadores dos Estados Unidos desenvolveram um dispositivo capaz de gerar eletricidade e medir condutividade usando sangue
Pesquisadores da Universidade de Pittsburgh e do Centro Médico da Universidade de Pittsburgh, nos Estados Unidos, publicaram na revista científica Advanced Materials a criação de um dispositivo portátil que utiliza sangue para gerar eletricidade e medir a condutividade, abrindo caminho para diagnósticos médicos instantâneos em qualquer lugar.
Essa tecnologia tem o potencial de transformar os cuidados de saúde e combater o aumento global de distúrbios metabólicos como diabetes e osteoporose.
Chamado de nanogerador milfluídico lab-on-a-chip, o aparelho funcionapor meio de um sistema TENG (Triboelectric Nanogenerator, em inglês) integrado que utiliza o próprio sangue como condutor.
Como funciona
Com a triboeletrificação (fricção entre duas partes), o sangue gera eletricidade por meio da transferência de elétrons entre materiais em contato.
A voltagem gerada pelo dispositivo é então analisada para determinar a condutividade elétrica do sangue, um indicador valioso para diversos parâmetros de saúde e detecção de doenças.
"O sangue é um ambiente à base de água rico em moléculas que conduzem ou impedem correntes elétricas", explicou Alan Wells, diretor médico dos Laboratórios Clínicos UPMC, em um comunicado à imprensa.
"A glicose, por exemplo, é um condutor elétrico. Ao medir a condutividade, podemos realizar diagnósticos rápidos e precisos."
Um dos principais benefícios deste dispositivo, segundo os pesquisadores, é sua portabilidade. O chip é compacto e opera com energia autogerada pelo próprio sangue, dispensando a necessidade de fontes externas.
Isso o torna ideal para uso em locais remotos ou com infraestrutura limitada, onde o acesso a testes tradicionais de sangue pode ser difícil ou inexistente.