Ciência faz cócegas em ratos para saber se animais têm senso de humor
Pesquisa também monitorou roedores em busca de som agudo equivalente ao riso humano
Cientistas descobriram que uma parte do cérebro dos ratos, a substância cinzenta periaquedutal, é fundamental para brincadeiras e até para um "riso" próprio do animal. O estudo foi publicado na última sexta-feira (28) na revista Neuron.
Esse grupo de neurônios localizado ao redor do mesencéfalo foi analisado durante testes que podem ser vistos como inusitados: para rastrear o "senso de humor" nos bichos, os pesquisadores os submeteram a uma rotina intensa de brincadeiras e cócegas na barriga.
Como foi o estudo
O primeiro passo para garantir que o experimento fosse bem-sucedido foi isolar o estresse e garantir que os roedores se sentissem à vontade na presença dos pesquisadores. Para isso, os ratos contaram com alguns dias de ambientação no espaço onde seriam testados.
Depois que os bichos pareciam estar confortáveis, o pesquisador dava início a uma sessão de cócegas e brincadeiras. Os cientistas monitoraram os ratos em busca de um som agudo emitido pelos roedores que é o equivalente a um riso humano em momentos de alegria.
Olhando para a atividade cerebral, uma forte resposta neural na substância cinzenta periaquedutal foi identificada durante os momentos de cócegas e brincadeiras. Inibir essa parte do cérebro causava uma diminuição nas respostas dos roedores aos estímulos.
Também foi demonstrado que, se os ratos estivessem em um local desconhecido e provocador de ansiedade, o "riso" também desapareceria.
Como próximos passos, os cientistas planejam fazer cócegas em outros animais para comparar as atividades cerebrais de diferentes espécies. Eles também continuarão a brincar com ratos, mas selecionarão roedores mais jovens para investigar se há alguma variação no desenvolvimento da substância cinzenta periaquedutal com o avanço do tempo.