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2023 registra o mês de outubro mais quente da história

Temperatura superou o recorde anterior para o mês, de 2019, de acordo com o observatório europeu Copernicus

8 nov 2023 - 16h45
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O mês passado foi o outubro mais quente já registrado no planeta, prolongando uma série de cinco recordes mensais consecutivos, anunciou nesta quarta-feira, 8, o observatório europeu Copernicus, que prevê que 2023 será o ano mais quente da história.

Os novos dados reforçam os alertas dos cientistas antes da reunião de cúpula do clima COP-28 da ONU em Dubai, entre os 30 de novembro a 12 de dezembro. "Podemos afirmar com quase total certeza que 2023 será o ano mais quente já registado", destacou Samantha Burgess, vice-diretora do serviço de mudança climática do observatório Copernicus. "O sentimento de necessidade urgente de adotar medidas climáticas ambiciosas antes da COP-28 nunca foi tão forte", acrescentou Burgess em um comunicado.

No mês passado, com média de 15,38ºC na superfície do planeta, o resultado superou em 0,4ºC o recorde anterior de outubro de 2019, segundo o Copernicus. A anomalia é "excepcional" para as temperaturas mundiais.

Termômetro no centro de Cuiabá indica 44 graus; El Niño e efeitos das mudanças climáticas têm contribuído para o aumento das temperaturas
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Foto: TIAGO QUEIROZ/ESTADÃO / Estadão

Outubro de 2023 foi "1,7°C mais quente do que a média para o mês de outubro no período 1850-1900?, antes da percepção dos efeitos das emissões de gases do efeito de estufa provocados pela atividade humana, acrescenta o observatório.

Desde janeiro, a temperatura média do planeta é a mais quente já registrada para os primeiros 10 meses do ano,1,43°C acima da média no período 1850-1900, segundo o Copernicus.

Acordo de Paris

2023 se aproxima do limite emblemático de +1,5ºC estabelecido pelo Acordo de Paris. A COP-28 deve apresentar a primeira avaliação oficial desde a adoção da meta em em 2015 e, se possível, as primeiras medidas de correção.

Atualmente, os cientistas consideram que o aquecimento está na faixa de +1,2ºC na comparação com a era pré-industrial. As medições do Copernicus remontam a 1940, mas podem ser comparadas com as temperaturas dos milênios anteriores, estabelecidas graças aos anéis dos troncos das árvores ou aos núcleos de gelo.

Os dados obtidos com estes métodos sugerem que as temperaturas atuais são provavelmente as mais quentes em mais de 100 mil anos. "A vida no planeta Terra se encontra em estado de sítio", alertou um grupo de cientistas renomados no final de outubro em um relatório que denunciou o "progresso mínimo" na redução das emissões de CO2.

El Niño

Assim como aconteceu em 2016, até o momento o ano mais quente já registrado, o El Niño se une aos efeitos da mudança climática para elevar a temperatura. O fenômeno cíclico no Pacífico geralmente atinge o pico na época do Natal.

O observatório Copernicus destacou que o fenômeno segue ativo, "embora as anomalias sejam inferiores às registradas neste período do ano" em 1997 e 2015, quando o El Niño foi historicamente intenso.

Em outubro, a seca afetou regiões dos Estados Unidos e México, mas outras áreas do planeta registraram condições mais úmidas que o habitual, geralmente vinculadas a tempestades e ciclones.

Os oceanos contribuem em grande medida para os recordes. As temperaturas na superfície dos mares registram recordes todos os meses desde abril. Em outubro alcançaram a média de 20,79ºC.

Isto aumenta a intensidade das tempestades, com mais água evaporada, e acelera o degelo de plataformas flutuantes como a Gronelândia e a Antártica, cruciais para evitar o aumento do nível do mar.

O gelo marinho da Antártica permanece pelo sexto mês consecutivo em um nível recorde para a temporada, 11% abaixo da média, segundo o Copernicus. No Ártico, outubro foi o sétimo mês consecutivo, 12% abaixo da média. / AFP

Estadão
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