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A 'cicatriz' de metal que indica que estrela 'devorou' planetas, segundo astrônomos

A estrela anã branca foi nomeada WD 0816-310 pelos astrônomos pesquisadores.

29 fev 2024 - 16h35
(atualizado em 1/3/2024 às 06h47)
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Ilustração da anã branca magnética WD 0816-310 com uma cicatriz de metal
Ilustração da anã branca magnética WD 0816-310 com uma cicatriz de metal
Foto: ESO/L. CALÇADA / BBC News Brasil

Astrônomos no Reino Unido descobriram indícios de que uma estrela podia estar "se alimentando" de planetas e asteroides próximos.

Uma espécie de "cicatriz" de metal encontrada na superfície da estrela morta nunca tinha sido vista antes, disse o astrônomo John Landstreet, do centro de pesquisa astronômica do Observatório e Planetário Armagh, na Irlanda do Norte.

A cicatriz, que se acredita ter 500 km de comprimento, estava em um remanescente de uma estrela do tamanho da Terra em um sistema solar próximo. A estrela não cria mais energia em seu núcleo, por isso diz se que ela está morta.

A estrela anã branca foi nomeada WD 0816-310 pelos astrônomos pesquisadores.

A pesquisa descobriu que a cicatriz se desenvolveu depois que a anã branca ingeriu os planetas e asteroides vizinhos que nasceram ao mesmo tempo que ela, causando uma concentração de metais que deixa marcas na superfície da estrela.

Landstreet, coautor do artigo de pesquisa, é membro da equipe que descobriu a primeira anã branca magnética em 1970.

"Surpreendentemente, o material não estava misturado uniformemente na superfície da estrela, como previsto pela teoria", disse ele.

"Em vez disso, esta cicatriz é uma mancha concentrada de material planetário, mantida no lugar pelo mesmo campo magnético que guiou os fragmentos em queda. Nada parecido com isto foi visto antes."

A pesquisa foi conduzida por uma equipe internacional de cientistas usando o Very Large Telescope (VLT) do Observatório Europeu do Sul, baseado no Chile.

Com 500 km de comprimento, a cicatriz tem aproximadamente o mesmo tamanho de Vesta - o segundo maior asteroide do nosso sistema solar.

A pesquisa utilizou o Very Large Telescope (VLT) do Observatório Europeu do Sul no Chile
A pesquisa utilizou o Very Large Telescope (VLT) do Observatório Europeu do Sul no Chile
Foto: ESO/L. CALÇADA / BBC News Brasil

Os astrônomos disseram que a força da detecção de metal estava sincronizada com as mudanças observadas no campo magnético da estrela, o que levou a equipe a determinar que a cicatriz de metal estava localizada em um dos polos magnéticos da estrela.

Isto mostrou que os metais foram canalizados para a estrela pelo seu campo magnético, criando a cicatriz.

Stefano Bagnulo, astrônomo do Observatório e Planetário Armagh, disse que era bem sabido que algumas anãs brancas estavam "se alimentando" de pedaços de seus sistemas planetários.

"Agora descobrimos que o campo magnético da anã branca desempenha um papel fundamental neste processo, resultando numa cicatriz na sua superfície", disse ele.

O que é uma estrela anã branca?

Uma anã branca são os restos queimados de uma estrela morta. Isso acontecerá com o nosso Sol dentro de cerca de cinco bilhões de anos.

Quando uma estrela morre, a gravidade faz elementos mais pesados se moverem em direção ao centro, enquanto os elementos mais leves, como o hidrogênio ou o hélio, sobem para a camada externa.

No seu ponto mais quente, as estrelas possuem atmosferas de hidrogênio, mas à medida que as estrelas esfriam com o tempo, elas tendem a ter atmosferas de hélio.

Mas as anãs brancas típicas não têm um lado da estrela dedicado a um elemento e o outro dominado por outro.

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