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A ossada que pode esclarecer mistério do desaparecimento da aviadora Amelia Earhart

Uma nova pesquisa diz que uma ossada descoberta numa ilha do Pacífico em 1940, atribuída primeiramente a um homem, bate 99% com as medidas da pilota.

9 mar 2018 - 15h17
(atualizado às 15h21)
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Os pesquisadores usaram fotos antigas e roupas da aviadora Amelia Earhart para compará-las com as medidas dos ossos encontrados
Os pesquisadores usaram fotos antigas e roupas da aviadora Amelia Earhart para compará-las com as medidas dos ossos encontrados
Foto: Getty Images / BBC News Brasil

Uma ossada descoberta em 1940 na ilha do Pacífico Nikumaroro, cerca de 3 mil km a sudoeste do Havaí, pode ser a da famosa pilota americana Amelia Earhart, conhedida por ser a primeira mulher a voar sozinha pelo Atlântico.

Earhart, seu avião e seu navegador, Fred Noonan, desapareceram sem deixar rastros em 1937 sobrevoando o oceano Pacífico rumo à ilha Howland. A explicação oficial é que ela não encontrou a ilha, perdeu a comunicação e ficou sem combustível, caindo no oceano. Embora essa seja uma versão amplamente difundida, não há evidências - como destroços da aeronave - para sustentá-la.

Desde então, muitas teorias procuram explicar seu desaparecimento.

Mas um novo estudo publicado na revista científica Forensic Anthropology diz que a ossada encontrada bate 99% com o tipo físico de Earhart e que ela morreu como uma náufraga.

Intitulado Amelia Earhart e a Ossada de Nikumaroro, o estudo foi primeiramente publicado pela Universidade da Flórida e conduzido pelo professor Richard Jantz, da Universidade do Tennessee.

Sabe-se que Earhart estava perto da ilha quando desapareceu na tentativa de voar ao redor do globo.

Análise errada

Um grupo britânico que explorava a ilha em 1940 para verificar se ela era habitável encontrou uma caveira humana, um sapato de mulher, um instrumento naval usado pelo navegador Fred Noonan, que desapareceu junto com Earhart, e uma garrafa do licor Benedictine, bebida que a pilota costumava sempre levar.

"Havia a suspeita na época de que os ossos pudessem ser de Amelia Earhart", escreveu Jantz.

Earhart e seu navegador, Fred Noonan, no hangar de Parnamirim, em Natal, em uma das escalas da viagem de volta ao mundo da dupla
Earhart e seu navegador, Fred Noonan, no hangar de Parnamirim, em Natal, em uma das escalas da viagem de volta ao mundo da dupla
Foto: Getty Images / BBC News Brasil

O grupo encontrou um total de 13 ossos, os quais foram então enviados às ilhas Fiji para serem analisados pelo doutor DW Hoodless, que disse que eles eram de um corpo masculino.

Jantz diz que, pelo fato de a osteologia forense (estudo dos ossos) estar em estágio inicial à époica, Hoodless provavelmente errou em sua análise. "A osteologia forense não estava bem desenvolvida no início do século 20", diz o texto publicado na revista científica.

Como a ossada desapareceu, Jantz usou as medidas dos ossos feitas por Hoodless e um software moderno para compará-los com o peso e estatura de Earhart.

Os pesquisadores também usaram fotografias antigas, assim como suas habilitações para dirigir e pilotar avião, para determinar se as proporções do corpo da americana batiam com as dos ossos.

Uma costureira com experiência em vestimentas históricas também foi consultada para analisar as roupas de Earhart, incluindo o comprimento das pernas e a circunferência da cintura de uma das calças da pilota.

Amelia Earhart era uma das mulheres mais famosas do mundo quando desapareceu
Amelia Earhart era uma das mulheres mais famosas do mundo quando desapareceu
Foto: Getty Images / BBC News Brasil

"Essa análise revela que Earhart é mais parecida com a ossada de Nikumaroro do que 99% dos indivíduos em uma ampla amostragem de referência", diz o estudo.

A pesquisa descobriu que os ossos pertenciam a uma mulher descendente de europeus e com altura acima da média, como era o caso da pilota.

"Isso dá um forte suporte à conclusão de que os ossos de Nikumaroro pertenciam a Amelia Earhart".

"Até que evidências definitivas sejam apresentadas dizendo que os restos mortais não são os de Amelia Earhart, o argumento mais convicente até o momento é de que são dela", escreve Jantz.

Earhart é frequentemente homenageada como uma das pioneiras do empoderamento feminino e recentemente foi escolhida para ser retratada como uma boneca Barbie.

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