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Afinal, o que é o relógio do juízo final e como ele funciona?

Instrumento simbólico foi criado por um grupo americano de cientistas para indicar o quão perto a humanidade está da extinção

29 jan 2025 - 11h42
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O Relógio do Juízo Final (Doomsday Clock, em inglês) é um instrumento simbólico criado por um grupo americano de cientistas, chamados de Cientistas Atômicos, em 1947 para indicar o quão perto a humanidade está da extinção. A contagem não é literal - atualmente o relógio está a 89 segundos para meia noite (representação do fim do mundo), após ajustes feitos nesta terça-feira, 28. Este é o ponto mais próximo do fim dos tempos que o instrumento já esteve.

O motivo é o mesmo que vem movendo os ponteiros do relógio nos últimos anos: ameaças como a guerra da Rússia contra a Ucrânia, a guerra em Gaza, o agravamento de desastres relacionados ao clima e o perigo da inteligência artificial generativa.

"Os fatos por trás da decisão deste ano - risco nuclear, mudanças climáticas, o uso nefasto de novas tecnologias como a inteligência artificial - não foram novidades do ano passado", frisou Daniel Holz, um dos cientistas do grupo. "Mas tivemos progressos insuficientes em lidar com esses desafios. Em muitos casos, eles estão levando a consequências cada vez mais negativas e preocupantes. Ajustar o relógio para 89 segundos para meia-noite é um alerta a todos os líderes mundiais."

Quando e por quem o relógio foi criado?

O grupo responsável pelo relógio foi criado em 1947, durante a Guerra Fria, como forma de alertar sobre o quão próximo a humanidade estaria da aniquilação total. Após o fim do período de tensão geopolítica, o relógio chegou a marcar 17 minutos para meia noite, o mais distante que já esteve desde a sua criação.

A decisão sobre a hora que o relógio marca envolve o Conselho de Ciência e Segurança desse grupo, criado por Albert Einstein e outros acadêmicos - e um conselho de patrocinadores, no qual há 11 ganhadores do Prêmio Nobel.

É possível retroceder o relógio?

Sim, o relógio pode "andar para trás" - e isso já aconteceu algumas vezes.

Nos últimos anos, os cientistas já disseram que para que o relógio dê mais alguns segundos para o planeta, líderes e nações precisam trabalhar juntos, destacando inclusive países poderosos que teriam capacidade de fazer isso, como Estados Unidos, Rússia e China.

Quão rápido o relógio vem avançando?

Em 2007, o relógio marcava 5 minutos para meia noite. Após três anos, em 2010, os cientistas deram um minuto a mais para a humanidade. O otimismo se deu por avaliarem que os líderes dos Estados dotados de armas nucleares estavam cooperando para reduzir drasticamente seus arsenais e que países industrializados e em desenvolvimento estavam prometendo limitar as emissões de gases que alteram o clima.

Uma década depois, em 2020, o relógio estava a 100 segundos da meia-noite, devido ao aumento das tensões internacionais, à pandemia de coronavírus e às mudanças climáticas.

Mais cinco anos para frente, hoje o relógio está a 89 segundos.

Por que as guerras avança os ponteiros do relógio?

Holz diz que a invasão da Ucrânia pela Rússia é uma grande fonte de risco nuclear e que há riscos de que o conflito escale para incluir armas nucleares a qualquer momento por conta de "alguma decisão mais dura, um acidente ou mesmo um erro de cálculo".

Já a guerra de Israel com o Hamas tem preocupado o cientistas pelo aumento das hostilidades envolvendo outros países da região, como o Irã - há suspeitas de que o país tenha alta capacidade de desenvolver armas e bombas nucleares.

E as mudanças climáticas?

Ano passado foi o mais quente do registro histórico de acordo com cientistas da Organização Meteorológica Mundial, e a última década também teve os dez anos mais quentes - cientistas já discutem se o aquecimento global está ficando mais rápido do que era previsto antes.

Por isso, o grupo considera que, apesar do crescimento do uso da energia solar e eólica, "o mundo ainda não está conseguindo fazer o que é necessário para prevenir as piores consequências do aquecimento global".

Estadão
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