Agências da ONU pedem proteção dos oceanos em relatório
Os governos interessados em combater as mudanças climáticas devem investir na criação de um fundo de "carbono azul", voltado para a manutenção e a reabilitação dos oceanos. O alerta consta de relatório divulgado nesta quarta-feira pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), em conjunto com a Organização da ONU para Agricultura e Alimentação, FAO, e a Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura, Unesco.
O estudo elaborado pelas três agências da ONU mostra que grande parte das emissões de carbono está sendo absorvida e armazenada pelos ecossistemas marinhos.
Os manguezais, restingas e algas funcionam como uma espécie de reservatórios de carbono, impedindo que os gases poluentes retornem à atmosfera.
O documento afirma que a redução do desmatamento em terra e a manutenção da saúde do fundo do mar poderiam diminuir em até 25% os impactos das emissões, evitando alterações climáticas perigosas. Para isso, são necessários investimentos, já que 7% dos escossistemas marinhos são perdidos anualmente e precisam ser restaurados.
O sub-secretário-geral e diretor executivo do Pnuma, Achim Steiner, lembrou que o mundo já sabia que o fundo do mar representa trilhões de ativos em dólares ligados a setores como o turismo, defesa costeira, pesca e serviços de purificação de água. Além disso, agora, ele desponta também como grandes aliados naturais contra as mudanças climáticas e precisa ser cuidado.
O relatório das três agências da ONU foi divulgado durante série de eventos sobre questões marinhas realizados este mês, na África do Sul. O documento antecede a convenção sobre alterações do clima que será realizada pela ONU em Copenhague.