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América Latina está na vanguarda da luta climática, diz ONU

22 out 2016 - 15h07
(atualizado às 15h34)
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Erik Solheim, diretor-executivo do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA)
Erik Solheim, diretor-executivo do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA)
Foto: EFE

O diretor-executivo do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), o norueguês Erik Solheim, garantiu em entrevista à Agência EFE que muitos governos da América Latina "estão na vanguarda da luta contra a mudança climática".

Entre os países da região, Solheim destacou o caso do Brasil, "que se dedicou à luta contra o desmatamento da Amazônia" e conseguiu reduzi-lo em 80%.

Para avançar na conservação do meio ambiente, o diretor-executivo exaltou o trabalho que terão as cidades, cujo papel foi analisado na Conferência das Nações Unidas sobre Habitação e o Desenvolvimento Urbano Sustentável Hábitat III que terminou nesta quinta-feira em Quito.

Nela, os países-membros da ONU adotaram oficialmente a Nova Agenda Urbana que promove conceitos e alinhamentos para que as cidades sejam inclusivas, seguras, resilientes e sustentáveis.

"A maior parte do povo no mundo vive em cidades e a América Latina é (a região) mais urbanizada porque a vasta maioria vive em cidades. Por isso, se quisermos lutar contra a mudança climática, temos que combater a poluição", afirmou.

Neste sentido, Solheim disse que há muitas cidades latino-americanas que "são modelo em muitas coisas" no campo da luta contra a mudança climática.

Entre elas citou as cidades brasileiras de Curitiba e Porto Alegre, assim como Santiago do Chile, que "vai ter o primeiro metrô do mundo que funciona com energia solar".

Solheim também destacou o caso de Quito, que fez um "progresso fantástico", como o início da construção da primeira linha de metrô e a inauguração de parques.

Por isso, disse que a região "vai na direção correta" e acrescentou que embora "tenham sido feitas muitas coisas", mas ainda "há muito por fazer".

O funcionário fez uma alegação para que nas cidades sejam construídos parques e plantadas árvores para "fazê-las mais aconchegantes para se viver".

Como parte desse trabalho, Solheim considerou que seria necessário continuar trabalhando para a construção de sistemas de metrô.

"Não podemos deixar que as cidades estejam tomadas pelos carros. Precisamos construir sistemas de metrô", acrescentou.

No entanto, Solheim afirmou que o principal desafio na mudança climática é "a urgência, a velocidade" para iniciar os planos de trabalho para conter a mesma.

Na sua opinião, há "muitas coisas positivas" no caminho para lutar contra a degradação do meio ambiente, como o Acordo de Paris, que estabelece medidas para a redução das emissões de gases do efeito estufa, e o de Kigali, para lutar contra mudança climática.

No entanto e apesar esses passos adiante, Solheim ressaltou a necessidade de "acelerar" essa luta pela conservação do meio ambiente.

Questionado sobre quais conselhos daria hoje aos governos, comentou que é necessário que se centrem "nas energias renováveis" porque neste momento existe a oportunidade de desenvolvê-las.

Em referência ao método de fratura hidráulica ou "fracking" para extrair petróleo, Solheim disse que é necessário que os países se assegurem de "ter a melhor tecnologia e assessoria", mas pediu que avancem rumo às energias renováveis.

Solheim também aconselhou os governos a trabalharem com mineradoras responsáveis porque de outra maneira correria "um grande risco".

O diretor-executivo do PNUMA destacou que a mineração pode "gerar trabalho e oportunidades", mas é necessário que "os governos a regulem".

Além disso, elogiou o trabalho dos países desenvolvidos que considera estiveram envolvidos na manutenção da floresta amazônica e aos Estados Unidos e China que tomaram "a liderança na luta contra a mudança climática".

"Em 20 anos criou que teremos feito um grande avanço na proteção da beleza deste planeta", afirmou Solheim sobre como vê o futuro.

No entanto, voltou a insistir: "O tempo não está de nosso lado, necessitamos atuar rápido ou teremos mais ciclones, secas e (outros) desastres naturais. Atuemos rápido".

EFE   
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