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Estudo: controle de emoções em bonobos é similar ao de crianças

14 out 2013 - 16h00
(atualizado às 16h00)
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<p>Bonobos que perderam seus pais têm mais dificuldade em controlar as emoções</p>
Bonobos que perderam seus pais têm mais dificuldade em controlar as emoções
Foto: Getty Images

Uma pesquisa divulgada nesta segunda-feira indica diversas similaridades entre o controle de emoções nos bonobos (Pan paniscus) - um dos primatas mais geneticamente similares a nós - e de crianças humanas. Segundo os cientistas, o estudo pode confirmar que humanos e grandes primatas dividem muitos aspectos de como as emoções atuam.

Zanna Clay e Frans de Waal, da Universidade Emory (EUA), estudaram os animais de um santuário próximo a Kinshasa, na República Democrática do Congo, e apresentaram os resultados na publicação especializada Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS).

Os cientistas observaram vídeos da vida social desses primatas e estudaram como os bonobos manejavam as próprias emoções e as de outros membros da comunidade. Os cientistas descobriram, por exemplo, que os animais, quando ocorria uma agitação - como, por exemplo, ao perderem uma briga -, mostravam mais empatia aos seus companheiros. Os bonobos, nesses casos, ofereciam conforto corporal (como beijos, abraços e toques) àqueles em dificuldade. 

O bonobo é tão próximo do homem quanto o chimpanzé, mas é considerado o mais empático dos grandes primatas, uma conclusão apoiada pela pesquisa da universidade americana. "Isso faz da espécie um candidato ideal para comparações psicológicas", diz de Waal. "Qualquer similaridade fundamental entre humanos e bonobos provavelmente vem de seu ancestral comum, o qual viveu há cerca de seis milhões de anos atrás."

O estudo indica que os bonobos podem ter a capacidade de acalmar fortes emoções e evitar o excesso de agitação. Em crianças, a regulação da emoção é considerada crucial para um desenvolvimento social saudável. Muitas crianças conseguem controlar seus limites, e uma ligação estável entre pais e filho é considerado essencial nesse ponto - isso seria o motivo pelo qual muitos órfãos têm dificuldade em controlar suas emoções.

Muitos dos primatas presentes no santuário são vítimas de caçadores que mataram seus pais. Cuidadores humanos atuam como "mães substitutas" até que os bonobos possam ser transferidos para uma floresta com animais de todas as idades. "Comparados com aqueles criados por suas mães, os órfãos têm dificuldade em controlar as emoções", diz Zanna. No caso de perderem uma briga, afirma a cientista, esses animais gritam por minutos e demonstram raiva, enquanto aqueles que não foram separados de suas mães se recuperam em segundos.

"Emoções em animais têm sido um tabu científico há muito tempo", diz de Waal, que afirma que esses estudos são valiosos, pois podem prover informações sobre os próprios humanos e como funciona nossa sociedade. 

Fonte: Terra
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