Cientistas acreditavam até recentemente que a linhagem do ornitorrinco era monotípica, com apenas uma espécie habitando a Terra em qualquer época. Um estudo publicado nesta segunda-feira, porém, descreve uma nova espécie gigante de ornitorrinco - parte de uma ramificação da árvore à qual pertencem os animais desse gênero único entre os mamíferos. A descrição desse bicho extinto, publicada na revista especializada Journal of Vertebrate Paleontology, foi feita a partir de um único dente encontrado durante escavações na Austrália.
A nova espécie, denominada Obdurodon tharalkooschild (o atual ornitorrinco tem o nome científico de Ornithorhynchus anatinus), tinha todas as características peculiares desse animal: bico de pato, pelo de lontra, cauda e patas de castor, com fêmeas que põem ovos e machos com esporões venenosos. O dente singular que permitiu aos pesquisadores relatar a existência dessa espécie foi encontrado no sítio arqueológico de Riversleigh, em Queensland, na Austrália, onde já foram encontrados fósseis dos antepassados dos extintos lobo-da-tasmânia e tigre-da-tasmânia.
Com base no tamanho do dente, os cientistas estimam que essa espécie extinta teria quase um metro do comprimento, o dobro do tamanho do ornitorrinco moderno. Ela teria vivido há entre 5 e 15 milhões de anos, período estimado a partir de datação do depósito.
"A descoberta dessa nova espécie foi um choque para nós porque, antes disso, o registro fóssil sugeria que a árvore evolutiva dos ornitorrincos era relativamente linear", afirmou Michael Archer, da Universidade de Nova Gales do Sul, um dos autores do estudo. "Agora percebemos que havia ramos colaterais não previstos nessa árvore, alguns dos quais se tornaram gigantes."
Os fósseis mais antigos de ornitorrincos já encontrados foram escavados de rochas com 61 milhões de anos na América do Sul, e versões mais recentes têm sido descobertas na Austrália. Antes da descoberta do Obdurodon tharalkooschild, esses fósseis sugeriam que os ornitorrincos se tornaram menores e tiveram reduzido o tamanho de seus dentes ao longo do tempo. O mamífero moderno não conta com dentes quando adulto, e a descoberta evidencia uma linhagem diferente da proposta até então pelos cientistas.
De mosquito a crânio de 1,8 milhão de anos: outubro teve descobertas raras
A tumba descoberta possui 14 por 21 metros e uma altura de quatro metros, sendo que seus muros são de pedra caliça
Foto: EFE
A equipe de arqueólogos tchecos descobriu na jazida de Abu Sir, situada na província egípcia de Guizano, a tumba de um médico real com data da V dinastia do Império Antigo (2.500-2.350 a.C.)
Foto: EFE
O crânio foi descoberto há oito anos neste sítio de escavação, e desde então tem sido comparado a fósseis de outras espécies Homo achados na África de até 2,4 milhões de anos
Foto: AP
O fóssil faz parte da coleção Dmanisi, de 1,8 milhão de anos, uma das mais antigas fora do continente africano. Esse grupo de humanos surgiu pouco depois que as espécies de Homo evoluíram dos australophitecus (da famosa "Lucy")
Foto: AP
O crânio possui dentes grandes, um rosto comprido e sugere que o cérebro era menor. Estas características são semelhantes às do Homo habilis. No entanto, outros traços também são exclusivos do Homo erectus
Foto: AP
Em artigo para a revista científica Science, a equipe diz que as espécies Homo habilis, Homo rudolfensis e Homo erectus são todos parte de uma linhagem única que evoluiu para o homem moderno. Uma equipe analisou o crânio mais completo já achado de um hominídeo. A descoberta foi feita em Dmanisi, na Geórgia
Foto: AP
Muitos cientistas consideravam a possibilidade de que havia várias espécies humanas vivendo na Terra há 2 milhões de anos. No entanto, uma nova pesquisa sugere que isso pode não ser verdade. Cientistas trabalhando na Geórgia acreditam que fósseis humanos encontrados na África e na Eurásia podem ter sido parte da mesma espécie, reduzindo os "galhos" de nossa árvore genealógica
Foto: AP
Um raro fóssil de mosquito, com 46 milhões de anos e a barriga cheia de sangue seco, foi encontrado no leito de um rio no estado americano de Montana, revelaram cientistas. Trata-se de "um fóssil extremamente raro, o único do tipo no mundo", disse Dale Greenwalt, principal autor do estudo publicado no periódico National Academy of Sciences
Foto: AP
Uma equipe de arqueólogos descobriu uma estátua de Ramsés II com mais de três mil anos de antiguidade no templo da deusa Bastet, na província de Sharqiya, no norte do Egito. A figura, que data da XIX dinastia (entre o 1.295 e o 1.186 a.C.), mede 1,95 metro de comprimento por 1,60 de largura e é de rocha vermelha. Atrás, a figura tem inscrições hieroglíficas com o nome do faraó
Foto: EFE
No mês de outubro, pelo menos duas descobertas chamaram a atenção da comunidade científica. No dia 14, foi anunciada a descoberta de um raro fóssil de mosquito, com 46 milhões de anos, e a barriga cheia de sangue seco. Menos de uma semana depois, foi encontrado um crânio de 1,8 milhão de anos, que pode reescrever história da evolução humana. Confira a seguir essas e outras histórias
Foto: Montagem sobre fotos da AP / Arte Terra
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