O leopardo-de-Amur, uma espécie muito rara de felino que mora nos confins da Rússia e da China, é o grande ganhador do prêmio de 2013 sobre a evolução das espécies ameaçadas do Fundo Mundial da Natureza (WWF).
Segundo esta classificação, desenvolvida anualmente pelo WWF, "a população de leopardos-de-Amur aumentou 50% nos últimos cinco anos". "É um grande êxito, apesar de que o aumento total de exemplares continue sendo frágil, com 50 indivíduos", segundo esta classificação publicada na Suíça.
O aumento de leopardos-de-Amur se explica principalmente pela criação de um novo parque nacional no extremo oriente da Rússia, explicou o WWF, destacando que este animal faz parte "dos mamíferos mais raros do planeta".
Trata-se de um animal solitário, que vive em uma região transfronteiriça entre Rússia, China e Coreia do Norte, muito apreciado por caçadores ilegais por sua pele pintada.
No outro extremo da classificação está o rinoceronte, o grande perdedor das espécies protegidas em 2013, quando foram caçados ilegalmente 919 exemplares, o que representa 50% a mais do que em 2012 só na África do Sul.
Para o WWF, estes dados representam um "triste recorde". Esta cifra confirma que "em nível mundial, a caça ilegal escapa a todo controle", considerou o WWF, destacando que "os caçadores ilegais fazem parte de organizações criminosas e que estão equipados com dispositivos de visão noturna, helicópteros e armas automáticas".
No mercado negro, o chifre de rinoceronte é negociado a mais de 16.300 euros o quilo e é apreciado, sobretudo, nos países asiáticos.
Segundo a União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN), 21.286 espécies animais e vegetais estão ameaçadas de desaparecer em todo o mundo devido às mudanças climáticas, a agricultura e o comércio ilegal.
Lista Vermelha é atualizada; veja alguns dos seres mais ameaçados de extinção
A raposa-das-ilhas já foi considerada criticamente ameaçada, mas um intenso trabalho de conservação foi realizado desde uma queda catastrófica da população nos anos 1990. O animal sofreu com a predação de um invasor - a águia-dourada - e um vírus. Restrita às ilhas do Canal da Califórnia (EUA), passou de menos de 1,5 mil em 2001 a 4 mil em 2011. Hoje a classificação melhorou bastante e o animal é considerado "quase ameaçado"
Foto: National Park Service / Wikimedia
Parece uma zebra, mas o Okapi é mais próximo da girafa. Animal está seriamente ameaçado de extinção
Foto: Getty Images
Criticamente ameaçado de extinção: acredita-se que existam cerca de 1,5 mil pássaros da espécie Aceros waldeni em ilhas das Filipinas. A baixa população e pequeno habitat podem acabar com esse animal
Foto: Olaf Oliviero Riemer / Wikimedia
O Alauda razae vive em Cabo Verde e estima-se em 1.490 a população. A desertificação da região e a predação dos ninhos por outros animais colocam o bicho na categoria "criticamente ameaçado", a mais extrema antes da extinção do animal na natureza
Foto: Justin Welbergen at the English language Wikipedia / Wikimedia
O Ardeotis kori é um dos pássaros mais pesados a conseguir voar e vive na África subsaariana. Acredita-se que a população tem caído devido a uma série de fatores, como colisões com redes elétricas, caça (pela carne e pela medicina tradicional local) e degradação de habitat. Sua classificação piorou, mas não é das mais alarmantes ("quase ameaçado"). Contudo, especialistas querem aumentar as campanhas contra a caça para que a situação da espécie não piore
Foto: Stevie Garvie / Wikimedia
A cacatua-branca (Cacatua alba) é natural das ilhas Maluku, na Indonésia. Contudo, ela é mais conhecida em gaiolas e isso pode acabar com a espécie. As armadilhas removem todo ano cerca de 17% da população da natureza, o que fez a situação dela na lista cair para "ameaçada" de extinção
Foto: Qihuii de Hanabi / Wikimedia
A cobra-cega da espécie Boulengerula taitana é endêmica ao Quênia. Pesquisas recentes indicam que as populações são restritas a pequenas regiões, o que colocou o animal na categoria "ameaçado" de extinção
Foto: Milvus / Wikimedia
Nas plantas, a Anguloa cliftonii é encontrada em uma área muito restrita do lago Calima, na Colômbia. A região é um ponto turístico que passa por um grande desenvolvimento de infraestrutura para receber visitantes. Os biólogos investigam também se a coleção ilícita de espécimes não esteja acabando com esta orquídea. Atualmente, ela é considerada "criticamente ameaçada" de extinção
Foto: Orchi / Wikimedia
O Plagopterus argentissimus já foi considerado uma espécie comum no sudoeste dos Estados Unidos. Competição com espécies não nativas, temperaturas extremas no verão, secas e a construção de uma represa causaram uma grande queda, que em 20 anos desapareceu de boa parte de seu habitat original. Na nova atualização, é considerada "criticamente ameaçada"
Foto: Brian Gratwicke / Wikimedia
Encontrada no na América do Sul e Central (inclusive no Brasil) a queixada (Tayassu pecari) também piorou de situação. Passou de "quase ameaçada" a "vulnerável". A espécie sofre com perda de habitat, caça, competição com rebanhos e doenças
Foto: Ana_Cotta / Wikimedia
A tartaruga-de-couro (Dermochelys coriacea) tem uma distribuição global. Apesar disso, já foi considerada criticamente ameaçada de extinção. Sua situação tem melhorado ano a ano e na nova atualização aparece como "vulnerável". Contudo, as sete grandes populações da espécie têm classificações próprias: pouco preocupante (nordeste do Atlântico), criticamente ameaçada (leste do Pacífico, sudoeste do Atlântico, Sudoeste do Índico e oeste do Pacífico. As duas últimas populações não têm dados suficientes para classificação.
Foto: Rabon David, U.S. Fish and Wildlife Service / Wikimedia
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