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Aquecimento global causará mudanças importantes na biodiversidade marinha

1 jun 2015 - 13h32
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Um aquecimento moderado da atmosfera terrestre, provocado pelas emissões de gases do efeito estufa, poderia causar no final do século XXI modificações importantes na biodiversidade marinha em amplas regiões oceânicas do planeta, segundo um estudo publicado nesta segunda-feira na revista "Nature".

Essa remodelações, que incluiriam a extinção de espécies nativas e a invasão de espécies estrangeiras, poderiam ser três vezes mais significativa do que as que foram registradas ao longo dos últimos 50 anos.

O principal autor do relatório, Grégory Beaugrand, do laboratório de Oceanologia e Geociência da Universidade de Lille (França), e seus colaboradores, traçaram padrões da biodiversidade marinha até o final do século XXI em diferentes cenários de emissões de gases e de números previsíveis de aquecimento global.

O relatório comparou esses padrões potenciais de biodiversidade com os registrados entre os anos 1960 e 2013, assim como em dois períodos da história da Terra com climas muito diferentes do atual.

Por um lado, o ponto mais alto na última Idade de Gelo, o Último Máximo Glacial (LGM, em sua sigla em inglês), que se iniciou há 26.500 anos e terminou há cerca de 20 mil anos, e, por outro, o Plioceno Médio, um período relativamente cálido que terminou há três milhões de anos.

Os autores do estudo preveem que um importante aquecimento global produzido por um crescimento sustentado nas emissões de gases do efeito estufa até o ano 2100 teria um efeito transcendental nos ecossistemas oceânicos e produziria mudanças importantes na biodiversidade marinha.

Entre 50% e 70% dos oceanos sofreriam modificações parecidas, ou inclusive superiores, às que foram vividas entre o Último Máximo Glacial e o Plioceno Médio e a época atual.

O estudo mostra que se o aquecimento global fosse relativamente reduzido porque as emissões teriam uma queda ao longo nos próximos cinco anos, as mudanças biológicos seriam muito menos significativos.

Nesse caso, as remodelações não difeririam muito do que foi a variabilidade anual desde os anos 60 do século XX.

No entanto, segundo o relatório, é muito provável que qualquer alteração afete o funcionamento dos ecossistemas, o que evidencia a necessidade de um melhor e mais ajustado acompanhamento e compreensão dos efeitos da mudança climática sobre os padrões de biodiversidade.

EFE   
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