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As placas tectônicas recém-descobertas que podem explicar terremotos misteriosos no Pacífico

Uma série de tremores entre a Austrália e as ilhas Fiji pode ter ocorrido por deslocamento de uma nova camada de placas tectônicas no manto da Terra, dizem pesquisadores.

26 mai 2017 - 13h55
(atualizado às 15h37)
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Dentro do manto terrestre, uma imensa camada rochosa que fica entre a crosta e o núcleo da Terra, há uma nova camada de placas tectônicas, diz um novo estudo da Universidade de Houston, no Texas.

E esse achado, dizem os autores da pesquisa apresentada nesta semana em uma conferência no Japão, explicaria uma série de terremotos misteriosos ocorridos no Pacífico entre 1946 e 1996.

Graças a uma técnica de mapeamento 3D, Jonny Wu e a sua equipe descobriram essa camada de placas submetidas a um processo de subduccção (pelo qual a borda de uma placa desliza sob a borda da outra) há milhões de anos.

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Essa camada foi encontrada abaixo do arquipélago de Tonga, no Pacífico, uma região onde são produzidos os terremotos mais profundos do planeta.

"Basicamente, 90% da atividade sísmica superprofunda (a mais de 500 km de profundidade) ocorre na área de Tonga, que é onde nós encontramos este novo bloco", disse Wu.

Comportamento parecido

Por mais de meio século, sabe-se que os continentes deslizam sobre a superfície do planeta.

Como parte desse processo, o fundo do oceano se abre e deixa escapar magma do manto.

Mas o oposto também pode ocorrer: é quando as placas colidem causando tremores de terra, cadeias montanhosas e vulcões.

Placas tectônicas
Placas tectônicas
Foto: BBC News Brasil

Quando convergem, as placas afundam-se no manto, dando lugar ao que é chamado de subduccção (quando a borda de uma fica abaixo da borda outra). Isso faz com que uma das duas placas seja empurrada em direção ao manto, onde continua afundando até o núcleo da terra.

As placas descobertas por Wu foram submetidas a um processo de subducção há 50 ou 60 milhões de anos, e agora são mantidos a uma profundidade de entre 440 e 660 quilômetros, na chamada zona de transição.

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No entanto, em vez de afundar até o núcleo, elas se comportam de forma muito semelhante à das placas tectônicas da superfície: movem-se milhares de quilômetros horizontalmente, a uma velocidade parecida. E a energia liberada pela colisão também pode gerar terremotos.

Mistério resolvido

De acordo com os pesquisadores, o movimento dessas placas poderia explicar os misteriosos tremores de terra conhecidos como os terremotos de Vityaz, que se originaram no manto entre as ilhas Fiji e a Austrália.

Esses sismos, diz Wu, poderiam ser o resultado do deslizamento de uma placa que sofreu subducção dentro da zona de transição.

O cientista explica que os resultados da pesquisa são preliminares e ainda têm de ser submetidos a uma análise crítica por outros cientistas.

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