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Astrônomos acham restos de supernova que brilhou há cerca de mil anos

Agora conhecido como SN 1181, este é um dos poucos casos de supernovas documentadas antes da invenção dos telescópios

14 ago 2024 - 10h22
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Por seis meses, em 1181, uma estrela morrendo deixou sua marca no céu noturno. Tão brilhante quanto Saturno, este objeto apareceu na constelação de Cassiopeia, sendo registrado por crônicas históricas da China e do Japão como uma "estrela convidada". Astrônomos chineses usavam esse termo para designar objetos temporários no céu, como cometas ou supernovas.

Agora conhecido como SN 1181, este é um dos poucos casos de supernovas documentadas antes da invenção dos telescópios
Agora conhecido como SN 1181, este é um dos poucos casos de supernovas documentadas antes da invenção dos telescópios
Foto: Nasa / ESA / Usaf / NSF / Perfil Brasil

Agora conhecido como SN 1181, este é um dos poucos casos de supernovas documentadas antes da invenção dos telescópios. Esse fenômeno intrigou e continua a intrigar astrônomos há séculos. Recentemente, um estudo detalhado criou um modelo computadorizado da evolução de SN 1181 desde a explosão inicial até hoje. Este estudo comparou o modelo com observações de telescópio arquivadas de sua nebulosa remanescente.

Supernova Tipo Iax: o que sabemos sobre o SN 1181?

A análise sugeriu fortemente que SN 1181 pertence a uma classe rara de supernovas chamada Tipo Iax. Este tipo de explosão termonuclear pode resultar não de uma, mas de duas anãs brancas colidindo violentamente. No entanto, a explosão não é completa, deixando para trás uma "estrela zumbi". Segundo Takatoshi Ko, doutorando em astronomia na Universidade de Tóquio, existem 20 ou 30 candidatos a supernovas do tipo Iax, mas SN 1181 é a única conhecida na nossa galáxia.

De acordo com a pesquisa, o fenômeno peculiar observou um vento estelar de alta velocidade, detectado há cerca de 20 anos, somando-se ao mistério do SN 1181. Desvendar os mecanismos dessa supernova pode enriquecer o conhecimento sobre a vida e morte das estrelas e sua contribuição para a formação planetária.

Por que SN 1181 ainda intriga os astrônomos?

SN 1181 foi a última supernova pré-telescópica sem um remanescente confirmado. Em 2021, Albert Zijlstra, professor de astrofísica na Universidade de Manchester, rastreou a supernova até uma nebulosa na constelação de Cassiopeia. A nebulosa, descoberta pelo astrônomo amador Dana Patchick em 2013, está a cerca de 7.000 anos-luz da Terra.

No centro da nebulosa, há uma anã branca, um objeto de rápido giro do tamanho da Terra. Esta característica é quase sem precedentes para um remanescente de supernova, pois a explosão deveria ter destruído a anã branca. Essa constatação levou Zijlstra e seus colegas a sugerirem que SN 1181 pertence à esquiva categoria de supernovas Tipo Iax.

Como supernovas Tipo Iax funcionam?

Nas supernovas do tipo Ia mais comuns, uma anã branca se forma ao esgotar seu combustível e acumular material de uma estrela próxima, até colapsar sob a própria gravidade, criando uma explosão massiva. No entanto, a supernova tipo Iax representa uma explosão incompleta ou uma fusão de duas anãs brancas, gerando energia suficiente para um súbito brilho, mas sem destruir totalmente uma anã branca.

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