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Astrônomos descobrem buraco negro gigantesco que é o mais antigo e distante já observado

Com massa 800 milhões de vezes maior que a do Sol, região espacial alcançou tamanho surpreendente pouco tempo após origem do Universo.

7 dez 2017 - 09h58
(atualizado às 13h12)
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'Quasars' são alguns dos objetos mais luminosos do universo | Imagem: Robin Dienel
'Quasars' são alguns dos objetos mais luminosos do universo | Imagem: Robin Dienel
Foto: BBC News Brasil

Astrônomos descobriram o mais distante e massivo buraco negro já conhecido pela ciência.

Ele está a 13 bilhões de anos luz de distância - tão longe que é visto por nós da mesma forma como era 690 milhões de anos após o Big Bang.

Com uma massa 800 milhões de vezes maior que a do Sol, esse buraco negro foi capaz de alcançar um tamanho surpreendente pouco tempo após a origem do Universo.

A descoberta foi descrita na publicação científica Nature. Segundo os cientistas, essa relíquia dos primórdios do Universo se ocupa em devorar materiais no centro de uma galáxia - sendo, assim, caracterizado como um "quasar", ou "objeto quase estrelar", como são chamados corpos celestes com núcleo energético que emitem muita radiação e luminosidade.

Ao cair no centro do buraco negro, matérias como gás formam uma massa extremamente quente ao redor dele, conhecida como "disco de acreção".

"Os quasars estão entre os mais luminosos e distantes objetos celestiais e são cruciais para o entendimento do Universo", disse Bram Vanemans, do Instituto Max Planck de Astronomia, na Alemanha.

Observatório Gemini North, no Havaí, está entre os centros de observação que contribuíram para a descoberta
Observatório Gemini North, no Havaí, está entre os centros de observação que contribuíram para a descoberta
Foto: SPL / BBC News Brasil

Lembranças de um jovem universo

O buraco negro descoberto agora é particularmente interessante, porque vem de uma época em que o Universo só tinha 5% da sua idade atual.

Naquela época, o cosmos estava começando a emergir de um período conhecido como "era da escuridão" - pouco antes de as estrelas surgirem.

"Alcançar toda essa massa menos de 690 milhões de anos (após o surgimento do Universo) desafia teorias sobre buracos negros supermassivos", disse o coautor do artigo publicado na Nature, Eduardo Bañados, do Instituto Carnegie de Ciência, em Washington.

A distância do quasar é definida por uma unidade de medida conhecida pelo nome em inglês, redshift (ou "desvio para o vermelho") - que mensura o quanto as ondas de luz que ele emite se estendem por causa da expansão do Universo antes de alcançar a Terra.

O buraco negro recém-descoberto tem um redshift de 7,54. Quanto maior ese número, maior a distância em relação à Terra, e mais atrás no tempo os astrônomos estão enxergando quando observam o objeto.

O hoje segundo quasar mais distante conhecido pelos cientistas surgiu quando o Universo tinha 800 milhões de anos.

"Apesar das extensas buscas, levou mais de cinco anos para que fosse possível enxergar, e só por um instante, tão longe na história do Universo", afirmou Bañados.

"Essa descoberta mostra que ocorreu um processo no início do Universo para gerar esse monstro", explicou. "E que processo é esse? Bem, isso vai deixar os teóricos bastante ocupados."

O achado inesperado é baseado em dados reunidos por diferentes observatórios espalhados pelo globo.

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