Áustria faz alerta após Ozempic falso causar internações e efeitos colaterais graves
Tanto a polícia austríaca quanto o Ministério da Saúde do país alertaram o público contra o uso das chamadas injeções para perda de peso de 'fontes duvidosas'
Vários austríacos precisaram de atendimento hospitalar depois de usarem o que acreditavam ser um medicamento para perder peso — o Ozempic.
O Escritório Federal de Segurança em Cuidados de Saúde da Áustria, o BASG, disse ter detectado "efeitos colaterais graves", incluindo níveis baixos de glicose (açúcar no sangue) e convulsões.
Segundo o BASG, isso indica que os medicamentos falsos "continham insulina" em vez do ingrediente ativo do Ozempic — a semaglutida.
Esse remédio, produzido pela farmacêutica Novo Nordisk, se tornou popular como um tratamento para perda de peso.
Uma investigação está em andamento para apurar os responsáveis pela venda do remédio falsificado na Áustria.
O Serviço Austríaco de Inteligência Criminal afirmou que as pessoas afetadas receberam as seringas de um médico que trabalha na própria Áustria.
O órgão ainda alertou que estoques do medicamento falso ainda podem estar em circulação.
O material das canetas injetáveis falsificadas tinha um azul mais escuro do que os produtos genuínos, acrescentou o serviço de inteligência.
O BASG orientou que médicos e pacientes verificarem a procedência do produto antes de comprá-los e utilizá-los.
"Ozempic tem sido cada vez mais utilizado contra a perda de peso", para o qual o medicamento não está aprovado", diz o órgão em nota.
Em bula, o Ozempic é um tratamento contra o diabetes tipo 2. Há uma versão da semaglutida específica para o tratamento da obesidade — o Wegovy, que está aprovado em alguns países (inclusive no Brasil).
Tanto a polícia austríaca quanto o Ministério da Saúde do país alertaram o público contra o uso das chamadas injeções para perda de peso que são vendidas por "fontes duvidosas".
A Agência Europeia de Medicamentos, a EMA, alertou recentemente que o aumento da procura de Ozempic levou a "uma situação de escassez" do remédio entre pacientes com diabetes.
Na semana passada, a EMA e a Agência Reguladora de Medicamentos e Produtos de Saúde (MHRA) do Reino Unido alertaram que canetas injetáveis de Ozempic falsificadas, distribuídas por fornecedores na Áustria e na Alemanha, foram identificadas por redes atacadistas e drogarias.
A MHRA detalhou: "Todas as canetas falsificadas foram recolhidas e contabilizadas, e nenhuma delas chegou aos pacientes do Reino Unido."
A agência disse que trabalhou em estreita colaboração com parceiros internacionais "para continuar a manter a segurança da cadeia de abastecimento mais ampla, tanto no país como no exterior".
No Brasil também já foram registrados casos de falsificação de Ozempic. A farmacêutica Novo Nordisk alertou a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) sobre episódios do tipo em junho e outubro.
Os lotes falsos foram apreendidos pela agência regulatória antes de chegarem ao consumidor.