Autoridades pedem que americanos parem de lavar e reutilizar camisinhas
Agência de saúde pública dos Estados Unidos faz alerta pelo Twitter; estudos indicam que de 1,4% a 3,3% de usuários relataram ter reutilizado preservativos em um mesmo ato sexual.
Camisinhas são feitas para serem usadas uma única vez, mas muita gente pelo visto não sabe disso.
Uma das principais agência de saúde pública do mundo, o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC na sigla em inglês), nos Estados Unidos, recentemente viu a necessidade de emitir um alerta à população.
"Estamos falando porque as pessoas fazem isso: não lavem nem reusem #camisinhas. Use uma nova a cada ato #sexual", publicou a agência, ligada ao Departamento de Saúde e Serviços Humanos do governo em sua conta no Twitter.
O CDC também divulgou um link para uma página com informações sobre como usar preservativos masculinos e femininos e sua eficácia na prevenção de doenças sexualmente transmissíveis, as DSTs.
O CDC não deu mais comentários sobre o que teria levado ao alerta, mas órgãos da imprensa americana especulam que a medida pode estar ligada a divulgação recente de dados preocupantes sobre as DSTs no país.
Em 2016, foram computados 2 milhões de casos de gonorreia, clamídia e sífilis - o maior número desde o início dos registros.
"Enquanto todas essas três DSTs podem ser curadas com antibióticos, se não são diagnosticadas e tratadas, podem trazer sérias consequências à saúde, como infertilidade, gravidez ectópica (gravidez anormal que ocorre fora do útero), morte do feto e um risco aumentado de transmissão de HIV", diz o site do CDC.
Pesquisa identificou os erros mais comuns
Uma revisão de estudos científicos publicada em 2012 identificou 14 erros comuns no uso de camisinha.
O reuso do preservativo em um mesmo ato sexual foi identificado em quatro estudos diferentes. De 1,4% a 3,3% dos participantes relatou já ter feito isso.
Reutilizar uma camisinha aumenta as chances de que ela se rompa. E lavá-la com água e sabão não adianta para livrá-la totalmente de vírus, bactérias ou esperma.
Entre outras falhas frequentes, estão colocar o preservativo no meio do ato sexual ou tirá-lo antes de acabar e não desenrolar a camisinha por completo.
Ou não apertar a ponta para tirar o ar que pode ficar preso ali, não checar para ver se o preservativo está danificado de alguma forma ou ainda colocá-lo do lado errado, retirá-lo, virá-lo e usar o mesmo em seguida.
O uso correto e constante de preservativos, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), reduz em 80% ou mais risco de uma pessoa pegar DSTs, HIV e hepatite viral.
O CDC recorda ainda que este método protege de outras doenças que também podem ser transmitidas dessa forma, como zika e ebola.
A camisinha também é 98% eficaz na prevenção de gravidez quando usada corretamente, mas esse índice pode cair para 85% em situações cotidianas, com seu manuseio equivocado.