Blue Marble: 1ª imagem da Terra como um todo completa 40 anos
7 dez2012 - 09h14
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Há exatos 40 anos, em 9 de dezembro de 1972, os astronautas a bordo da missão Apollo 17 registraram a primeira fotografia da Terra como um todo. Chamada de "Blue Marble", a imagem foi capturada a mais de 32 mil km de distância em pouco mais de cinco horas. Neste ano, uma versão mais atual da foto foi publicada pela Nasa em janeiro. Ela foi registrada pelo satélite Suomi NPP. Segundo a agência espacial americana, ela seria a imagem em mais alta definição já feita do nosso planeta.
A mais nítida imagem feita da Terra foi divulgada em janeiro pela Nasa
Para especialistas da Nasa, a Blue Marble deste ano superou as versões anteriores, tiradas pela Nasa desde 1972. De acordo com a revista Nature, a imagem influenciou a geração de cientistas e ambientalistas e capturou a imaginação do público assim que o movimento ambiental estava tomando forma. Nos dias de hoje, seria difícil uma fotografia causar tanto impacto nas pessoas, mas o "burburinho" inevitável serviu de lembrete que tais imagens ainda têm a capacidade de inspirar nossa curiosidade.
Além destas fotografias tiradas durante o dia, existe a "Black Marble", que tem a mesma ideia de fotografia da Terra como um todo, mas no período da noite. Na última quarta-feira, a Nasa e a Administração Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (Noaa, na sigla em inglês) divulgaram a mais recente imagem terrestre vista à noite . "Pelas mesmas razões pelas quais precisamos ver a Terra durante o dia, também precisamos ver a Terra à noite", diz Steve Miller, pesquisador do Instituto de Pesquisa da Atmosfera (da Universidade do Estado do Colorado e do Noaa). "Ao contrário dos humanos, a Terra nunca dorme."
Sol da meia-noite reflete em iceberg na Baía de Disko, na Groenlândia. Boa parte da perda anual de gelo ocorre com a erosão de icebergs como na foto
Foto: Ian Joughin, Universidade de Washington / BBC Brasil
O monitoramento por satélite permite uma análise mais detalhada dos polos ao longo dos anos
Foto: Ian Joughin, Universidade de Washington / BBC Brasil
Especialistas em estudos por satélites uniram forças para obter os dados que embasam o estudo. Neste acampamento, cientistas britânicos analisaram a região da Península Antártida. Os estudos foram comandados pelo professor Andrew Shepherd, da Universidade de Leeds (Grã-Bretanha), e Erik Ivins, de um laboratório da Nasa, a agência especial americana, e combinam observações de dez diferentes missões de satélites
Foto: Hamish Pritchard, BAS / BBC Brasil
'A taxa de degelo da Groenlândia aumentou quase cinco vezes desde meados dos anos 1990. Em comparação, ainda que as mudanças regionais no gelo da Antártida sejam muitas vezes surpreendentes, o balanço geral permanece razoavelmente constante, pelo menos de acordo com as medidas de satélite a que tivemos acesso', diz Ivins. Na foto, um iceberg na Baía Disko, na Groenlândia
Foto: Ian Joughin, Universidade de Washington / BBC Brasil
"O sucesso desta iniciativa se deve à cooperação da comunidade científica internacional e a sensores precisos de satélites oferecidos pelas agências espaciais", diz Shepherd. "Sem esses esforços, não poderíamos dizer às pessoas com certeza que nossas coberturas de gelo estão mudando nem pôr fim a dúvidas que persistiram durante anos." Na foto, cobertura de gelo da Groenlândia
Foto: Ian Joughin, Universidade de Washington / BBC Brasil
A perda de cobertura de gelo já havia sido reportada anteriormente pelo Painel Intergovernamental em Mudanças Climáticas (IPCC na sigla em inglês) em 2007, mas não estava claro se a Antártida estaria crescendo ou encolhendo. Agora, estimativas sugerem que tanto a Antártida como a Groenlândia (na foto acima) estão perdendo gelo
Foto: Ian Joughin, Universidade de Washington / BBC Brasil
O novo estudo mostra que o derretimento de gelo aumentou, causando a elevação anual de até 0,95mm no nível dos mares. Na foto, o sol da meia-noite refletido no gelo da Groenlândia
Foto: Ian Joughin, Universidade de Washington / BBC Brasil
A aceleração do derretimento polar tem implicações profundas. Nos locais onde o gelo desaparece por completo, a superfície perde seu poder natural de refletir a radiação solar de volta ao espaço. As águas ficam mais escuras e, assim, absorvem mais calor. Na foto, o Sol reflete em montanhas e icebergs na ilha Adelaide, na Antártida
Foto: Hamish Pritchard, BAS / BBC Brasil
Pesquisas prévias indicam que uma grande redução no gelo dos mares deve impactar a rota de ventos que controlam o nosso sistema climático e as tempestades
Foto: Ian Joughin, Universidade de Washington / BBC Brasil
Na foto, Hamish Pritchard, em uma expedição britânica na Antártida. Um esforço colaborativo de 47 pesquisadores vem coletando amostras de rochas para entender mais sobre o degelo polar