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'Boneca Russa': três teorias científicas que podem explicar a trama da série da Netflix

O seriado envereda por um labiritinto que desafia os limites de nossa mente. Quando você pensa que entendeu a trama, alguém sugere uma nova interpretação.

27 fev 2019 - 15h19
(atualizado às 15h31)
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Natasha Lyonne interpreta Nadia Vulvokov em 'Boneca Russa'
Natasha Lyonne interpreta Nadia Vulvokov em 'Boneca Russa'
Foto: Netflix / BBC News Brasil

Alerta de spoiler: esta reportagem contém detalhes da trama da série.

Se você conseguiu passar do quarto episódio da série "Boneca Russa", da Netflix, aí não tem mais volta - bem, na verdade, isso depende de como você define o tempo.

A trama pode parecer um pouco repetitiva e confusa no começo, mas, pouco a pouco, envolve o espectador e dá pistas para entender por que sua protagonista, Nadia Vulvokov (Natasha Lyonne), morre e volta à vida incessantemente no dia do seu aniversário.

A série trata de vários temas relacionados a videogames, saúde mental, dramas existenciais e dificuldades em relações pessoais. Tudo isso poderia servir para explicar os ciclos que se repetem a cada episódio, mas, do ponto de vista científico, há outras pistas que ajudam a sair do labirinto criado pela história.

Para entender como a ciência pode explicar a trama de Boneca Russa, consultamos Clifford Pickover, doutor em biofísica molecular da Universidade Yale, nos Estados Unidos, e pesquisadores do Laboratório Thomas J. Watson da IBM, onde trabalha em experimentos com inteligência artificial e computação quântica.

Pickover obteve mais de 500 patentes nos Estados Unidos, é o autor de The Physics Book: From the Big Bang to Quantum Ressurrection (Sterling, 2011; O Livro da Física: do Big Bang à Ressurreição Quântica, em tradução livre) e foi consultor de empresas como Google, Twitter, LinkedIn e Activision.

Conheça a seguir os três "conceitos fascinantes", como diz Pickover, que poderiam explicar Boneca Russa.

1. Os multiversos

Na série, Nadia revive o dia do seu aniversário várias vezes
Na série, Nadia revive o dia do seu aniversário várias vezes
Foto: Netflix / BBC News Brasil

No sétimo episódio, Nadia tira da geladeira uma laranja podre para explicar a Alan (Charlie Barnett), que também revive o mesmo dia como ela, a possibilidade de eles estarem em um mundo de quatro dimensões.

"Nosso universo tem três dimensões espaciais", diz Nadia. "Por isso, para nós, é difícil imaginar um mundo de quatro dimensões, mas os computadores fazem isso o tempo todo."

Esta quarta dimensão poderia fazer referência a um universo que é desconhecido para nós. Como explica Pickover, algumas interpretações da teoria quântica sustentam que "todos os passados e futuros alternativos são reais, cada um deles representando um universo em si mesmo".

Será esta a explicação para a laranja que Nadia corta estar podre por fora, mas ainda boa por dentro? A cena também serve para explicar a relatividade do tempo da qual falou Albert Einstein.

No fim da série, quando Nadia e Alan se encontram consigo mesmos durante um desfile, ganha força a teoria dos multiversos que se encontram entre si.

2. A teoria do caos

Pickover explica que a teoria do caos, estudada em áreas como física, mecânica e matemática, sugere que "muitos sistemas naturais são altamente sensíveis às condições iniciais".

Na série, os universos de Alan e Nadia estão entrelaçados
Na série, os universos de Alan e Nadia estão entrelaçados
Foto: Netflix / BBC News Brasil

Estes sistemas, ainda que possam ser regidos pelas leis que os governam, podem ser alterados por pequenos acontecimentos que parecem ser insignificantes. "Esta é uma metáfora de nossas vidas", diz Pickover.

"Por exemplo, um dia você acorda uma hora mais cedo, e toda sua vida pode mudar totalmente e de forma imprevisível."

Na série, a teoria do caos fica evidente. O que teria acontecido se Nadia não tivesse atravessado a rua? O que ocorre se desce de seu prédio não pela escada principal, mas pela de emergência?

3. As viagens no tempo

"A vida é uma caixa de linhas do tempo", diz Nadia ao conversar com o idoso que não a deixa entrar em um prédio.

Pickover explica que alguns dos conceitos que indicam que seria possível teoricamente viajar no tempo afirmam que o universo atual não sofreria interferência, mas se ramificaria e começaria a se desenvolver como um universo à parte.

'Morrer é fácil, o difícil é viver', diz Nadia
'Morrer é fácil, o difícil é viver', diz Nadia
Foto: Netflix / BBC News Brasil

Desta maneira, o universo original seguiria seu curso normalmente, sem ser afetado pelo fato de que uma pessoa tenha viajado ao passado.

Nadia e Alan podem, sob este conceito, reviver os mesmos acontecimentos várias vezes, como um déjà vu que dá a eles a oportunidade de consertar os erros cometidos no passado.

"Claro que tudo isso é hipotético", diz Pickover. "Não acredito que haja evidências de pessoas que viajaram ao passado."

Ainda que seja impossível, por enquanto, o conceito de viajar no tempo inspirou um dos paradoxos mais fascinantes da ciência: o que aconteceria se um jovem viajasse ao passado e matasse sua avó antes que ela desse à luz a mãe do rapaz?

A resposta nos levará por caminhos infinitos de multiversos, caos e linhas de tempo relativas, como uma boneca russa.

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