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Brasil produzirá combustível de dendê de forma sustentável

5 mai 2010 - 16h27
(atualizado às 17h35)
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O Governo apresentou nesta quarta dois projetos para produzir comercialmente diesel vegetal a partir de óleo de palma, também conhecido como azeite de dendê, na Amazônia e garantiu que eles serão sustentáveis e terão um impacto mínimo sobre a maior floresta tropical do mundo.

Um dos projetos será desenvolvido pela Petrobras e o outro pela empresa em associação com a portuguesa Galp e terá como objetivo distribuir o combustível na Europa.

Os projetos com base no estado do Pará, apresentados hoje em entrevista coletiva por dirigentes do Ministério da Agricultura, da Embrapa e da Petrobras, serão lançados amanhã pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O Programa de Produção Sustentável de Óleo de Palma contempla o uso de tecnologias não poluentes e concede linhas de crédito a pequenos agricultores das áreas nas quais serão instaladas as fábricas para que cultivem a palma.

O coordenador de Agroenergia do Ministério da Agricultura, Marco Antonio Viana, defendeu a necessidade de aplicar este tipo de políticas social para compensar o esforço das famílias cuja economia acabará dependendo do projeto. "A produção (da plantação) não começa a ser rentável até o quinto ou sexto ano, portanto estes créditos são necessários para sustentar essas famílias", explicou Viana, que também assinalou a vantagem de recuperar "áreas degradadas" por outros cultivos.

O óleo de palma é um dos extratos vegetais mais utilizados no mundo para a produção de combustíveis. Ano passado a produção foi de 45,9 milhões de toneladas principalmente na Indonésia, Malásia e Tailândia.

O Governo identificou mais de 29 milhões de hectares na Amazônia "adequados" para a plantação de palma, o dobro dos 13 milhões de hectares destinadas atualmente ao cultivo no mundo todo. "A Malásia, a Tailândia e a Indonésia são os principais produtores de óleo de palma, mas fizeram isso avançando sobre a selva, e nós não queremos isso", assegurou Egon Krakhecke, secretário de Extração e Desenvolvimento Rural do Ministério do Meio Ambiente.

As instituições responsáveis pelo projeto asseguraram que a plantação na região amazônica será restringida às áreas já desmatadas, além de excluir as unidades de conservação (reservas indígenas e reservas ambientais).

O diretor da Embrapa para a Amazônia Oriental, Claudio José de Carvalho, anunciou um investimento de 60 milhões de reais na formação técnica dos trabalhadores da fábrica e na infraestrutura para a produção das sementes geneticamente melhoradas no Brasil.

O presidente da Petrobras Biocombustível, Miguel Rossetto, explicou que a estatal pretende desenvolver dois projetos diferentes dentro do programa de biocombustíveis. O Projeto Pará, que prevê a produção de 120 mil toneladas de biodiesel ao ano, será destinado a abastecer a região norte do Brasil, e o Projeto Belém, desenvolvido em partes iguais com a companhia portuguesa Galp, à exportação.

O Projeto Belém prevê a construção de uma fábrica no Pará (investimento de US$ 315 milhões) e de uma unidade industrial em Portugal (investimento de US$ 263 milhões) para a produção de 300 mil toneladas de biodiesel ao ano. Segundo Rossetto, o objetivo é atender o mercado europeu para aumentar a produção brasileira de energia no exterior.

EFE   
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