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Brasileiros participam da produção do maior mapa 3D do universo

Com centenas de milhões de corpos celestes no mapa, levantamento de galáxias tem previsão de durar uma década

23 out 2023 - 10h29
(atualizado em 25/10/2023 às 17h16)
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Telescópio JST250 do Observatório Astrofísico de Javalambre
Telescópio JST250 do Observatório Astrofísico de Javalambre
Foto: Divulgação/J-PAS

O maior mapa tridimensional do universo começou a ser produzido em uma colaboração entre Brasil e Espanha no Observatório Astrofísico de Javalambre (OAJ), em Teruel, na Espanha.

Com centenas de milhões de corpos celestes no mapa, a produçao desse levantamento de galáxias tem previsão de durar uma década.

O projeto, denominado J-PAS (Javalambre Physics of the Accelerating Universe Astrophysical Survey) observará uma vasta extensão do céu, mapeando galáxias, estrelas e quasares. O objetivo é avançar na compreensão da energia escura por meio da formação das grandes estruturas cósmicas.

O trabalho de mapeamento do universo é liderado pelo Centro de Estudios de Fisica del Cosmos de Aragón (CEFCA), em Teruel, em conjunto com a Universidade de São Paulo (USP), o Observatório Nacional (ON), no Rio de Janeiro, e o Instituto de Astrofísica de Andalucía (IAA), na Espanha.

No total, a colaboração internacional reúne mais de 250 pesquisadores de 18 países.

“O início das observações e obtenção dos primeiros dados da colaboração J-PAS coroam um esforço conjunto de cientistas brasileiros e espanhóis na construção deste que será o maior mapa tridimensional do céu”, destaca o diretor do ON, Jailson Alcaniz, pesquisador do Centro de Dados do J-PAS no Brasil, em entrevista ao Jornal da USP. 

Segundo o cientista, a análise dos dados do J-PAS exigirá desenvolvimentos em computação de alto desempenho e aprofundará significativamente a nossa compreensão do universo que nos cerca.

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O astrofísico Eduardo Cypriano, professor do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas (IAG) da USP, ressalta o papel do J-PAS, especialmente para a ciência brasileira.

“A participação dos pesquisadores brasileiros, desde as fases iniciais do projeto até agora, quando os primeiros dados começaram a ser distribuídos, significou um processo de amadurecimento e entendimento dos dados que não ocorre quando entramos em um projeto no qual não somos protagonistas”, diz ao Jornal da USP. 

Telescópio JST250

As observações do J-PAS são realizadas por meio do telescópio JST250, com espelho de 2,5 metros (m) de diâmetro e uma visão “grande angular” do céu. Esse telescópio está equipado com a câmera panorâmica JPCam, de 1,2 milhão de pixels, a segunda maior câmera astronômica do mundo na atualidade.

Ela utiliza um sistema único e inovador, com 56 filtros ópticos desenhados especialmente para o projeto, que permitem imagens em múltiplas cores de grandes áreas do céu, obtendo informações detalhadas de todos os objetos em seu grande campo de visão.

Tudo isso faz do instrumento JPCam-JST250 uma máquina capaz de mapear o Universo e medir distâncias extragalácticas com a precisão necessária para rastrear o cosmos em detalhes.

Até o momento foram observados os primeiros 15 graus quadrados (unidade de medida do céu adotada pelos astrônomos) do mapa com todos os 56 filtros do J-PAS, o equivalente à área de 60 Luas cheias.

Apesar de ser apenas o início, esses dados já trazem informações sobre um milhão de estrelas e galáxias, a maioria delas nunca antes observada com esse nível de detalhe.

Fonte: Redação Byte
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