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Charles Darwin, pai da teoria da evolução, morreu há 131 anos

Cientista morreu aos 73 anos, em 1882, e foi enterrado em Westminster

19 abr 2013 - 08h24
(atualizado às 13h37)
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O cientista britânico foi responsável pela formulação da teoria da evolução das espécies
O cientista britânico foi responsável pela formulação da teoria da evolução das espécies
Foto: Getty Images
Dizem as biografias que Charles Darwin tinha um estranho hobby: minhocas. Ele observou esses anelídeos durante 44 anos, o que resultou no último livro do naturalista: A formação da camada vegetal, através da ação das minhocas, com observações de seus hábitos. Por foi esse estranho inglês que em uma viagem de navio formulou uma teoria, hoje apoiada em fatos, e que mudou a forma como vemos a vida, que a perdeu há 131 anos.

Charles Robert Darwin nasceu em 1809. O quinto de seis filhos, era neto de Erasmus Darwin, um dos principais intelectuais ingleses do século 18, médico, botânico e famoso poeta. A mãe, Susannah Wedgwood, morreu quando ele tinha apenas 8 anos.

Darwin foi mandado para estudar medicina em Edimburgo, mas não gostava da matéria - ele mal podia ver sangue. Seu pai, Robert Waring Darwin, sugeriu então a igreja como uma alternativa respeitável para a vida do filho. O filho não desgostou da ideia, já que a vida com padre poderia lhe render muito tempo livre para estudar a história natural, seu verdadeiro interesse. Ele foi, então, para o Christ's College, em Cambridge.

Apesar de não ser um estudante modelo, Darwin foi um naturalista amador apaixonado. Coletava insetos e colaborava com seus espécimes para pesquisadores da época. Formou em 1831 e, logo depois, um professor sugeriu o nome do aluno para acompanhar o comandante Robert FitzRoy em uma expedição no HMS Beagle. 

A viagem durou cinco anos e resultou em um gigantesco diário de viagem. Durante esse tempo, Darwin estudou geologia e zoologia, principalmente da América do Sul. As notas serviram depois para ele escrever um de seus famosos livros, conhecido hoje como A viagem do Beagle

Darwin ainda coletou diversos organismos - o que resultou na série de cinco volumes A zoologia da viagem do HMS Beagle - e fósseis. Esses estudos suscitaram diversas dúvidas no cientista: de onde vinham as novas espécies? Por que existiam tantas diferentes espécies no mundo? Por que alguns animais eram tão parecidos, e outros tão diferentes? Se as espécies foram criadas para se adequar ao seu ambiente, por que elas são tão diferentes em selvas da Ásia, África e América do Sul, apesar de o ambiente ser parecido?

Teoria da evolução das espécies

De volta ao Reino Unido, ele descobriu que diversos dos espécimes registrados eram únicos, só existiam na região onde ele os viu. Darwin começou então a tentar entender como novas espécies surgiam. Ele estudou, por exemplo, produtores de animais e plantas, para saber como eles conseguiam novas raças e variações. Ele então chegou à conclusão de que a vida era infinitamente variável. Em uma época em que se acreditava que os animais foram criados como eles eram vistos então, Darwin falou em evolução.

A ideia, na verdade, não era nova. Seu avô e o francês Jean-Baptiste Lamarck já tinham pensado em termos de evolução. Contudo, ao contrário destes, ele não pensava a vida com linhas de evolução, mas como uma árvore, com uma origem comum. As similaridades entre os seres vivos vinham das junções dos galhos dessa árvore. 

Inspirado pelas ideias de Thomas Malthus, de que o crescimento da população poderia de alguma forma acabar com a produção de comida. Darwin notou que isso se aplicava a todas as espécies e que o equilíbrio da natureza só era possível se a grande maioria dos seres não vivesse tempo suficiente para se reproduzir.

O naturalista notou ainda que a chave para a variação das espécies estava nas diferenças entre aqueles que conseguiam e aqueles que não conseguiam se reproduzir - o que ele chamou de seleção natural. Na dura luta pela sobrevivência, podem ocorrer pequenas variações entre os animais e, se estas variações forem de ajuda, então o animal terá maior chance de sobreviver e se reproduzir. Suas características vão persistir e se multiplicar, ao contrário dos que não sobreviveram o suficiente. 

Quando se preparava para publicar seu trabalho, Darwin se espantou com uma carta do naturalista Alfred Russel Wallace. A similaridade entre os dois trabalhos era imensa. Os amigos sugeriram a Darwin que publicasse um resumo de sua teoria, o que resultou em um dos mais importantes livros da humanidade Sobre a Origem das Espécies por Meio da Seleção Natural ou a Preservação de Raças Favorecidas na Luta pela Vida, que acabou abreviado para A Origem das Espécies.

Darwin levou algum tempo, mas conseguiu convencer a maior parte da comunidade científica da "descendência com modificação", ou simplesmente evolução. 

John van Wyhe, pesquisador da Universidade Charles Darwin e do Museu de História Natural e professor da Universidade Nacional de Singapura, diz que um dos mitos sobre o naturalista é de que ele teria se arrependido do evolucionismo no leito de morte. "Estas histórias são geralmente contadas por aqueles que gostariam que elas fossem verdades, mas não são", diz o pesquisador em uma biografia do cientista.

Darwin morreu em 1882 e não se tem certeza da doença que o acometeu. Ele foi enterrado na abadia de Westminster, um privilégio para poucos. 

Fonte: Terra
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