Cidade na Islândia é evacuada após 1 mil terremotos em único dia
A Islândia tem se preparado para uma erupção vulcânica potencialmente perigosa no sudoeste da ilha. No início de novembro, as autoridades locais alertaram sobre uma grande probabilidade de uma erupção nos próximos dias. Desde o final de outubro, um aumento significante na atividade sísmica colocou o país em alerta, sobretudo na região de Reykjanes.
A preocupação, no entanto, aumentou ainda mais quando uma análise nos últimos 10 dias mostrou uma enorme inflação no terreno, indicando que algo está empurrando a terra para cima a partir de dentro. Juntamente com a elevação do solo, a força dos terremotos também aumentou. No dia 12 de novembro, mais de 1 mil terremotos foram registrados na região.
Cidade evacuada
Embora os terremotos de maior magnitude registrados na Islândia tenham sido em torno de 5 pontos na Escala Richter — de não tanta intensidade —, o movimento do magma causou rachaduras na estrada e colapsos em certas áreas da Islândia. A intrusão de magma mais preocupante se estende por Grindavík, uma cidade com cerca de 3 mil habitantes.
Estudos recentes mostram que a intrusão passou de 1,5 mil metros de profundidade para apenas 800 metros em poucos dias, o que significa que o magma está de fato se movendo lentamente em direção à superfície. A localização da provável erupção vulcânica ainda é desconhecida, mas pode ocorrer em questão de horas ou dias.
Devido aos riscos e incertezas, o Departamento de Proteção Civil e Gestão de Emergências da Islândia ordenou a evacuação imediata e completa de Grindavík e das áreas circundantes. A Lagoa Azul, uma das atrações turísticas mais famosas do país, também teve que ser fechada.
Preocupação crescente
Nos últimos dias, o chefe da polícia de Suournes permitiu que os residentes entrassem, sob supervisão, numa área definida em Grindavík. O objetivo da operação é que essas pessoas pudessem coletar itens essenciais, animais de estimação e gado. Ao todo, houve três erupções na Península de Reykjanes nos últimos dois anos.
Por esse motivo, os residentes, autoridades islandesas e os especialistas estão bem preparados para tudo o que pode acontecer. Ainda assim, existem preocupações de que esta erupção seja a maior do que as três anteriores combinadas — isso com base no volume do magma que se estima estar sob a superfície da região.
O sistema Fagradalsfjall, que apresenta 6 km de largura, 19 km de comprimento e do qual essas três erupções fizeram parte, situa-se paralelamente a esta intrusão de magma. Esse mesmo sistema não via uma erupção vulcânica há praticamente 6 mil anos antes da primeira em 2021. Logo, podemos constatar que ele definitivamente não está mais adormecido.
Desde o fim de outubro, a Península de Reykjanes enfrentou mais de 24 mil tremores e o acúmulo de magma subterrâneo tornou-se uma preocupação constante para as populações no sudeste da Islândia. Veremos como os fatos se desdobram nos próximos meses.