Cidades brasileiras estão distantes em rankings de progresso
Rio de Janeiro é a cidade brasileira com maior potencial futuro, enquanto São Paulo tem o melhor desempenho atualmente
As cidades brasileiras estão distantes das primeiras posições no estudo Cidades Globais, da consultoria norte-americana A.T. Kearney, divulgado na quarta-feira, 20 de maio.
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O relatório, que mede o desempenho atual e o potencial futuro de 125 cidades distribuídas por seis regiões do mundo, traz dois rankings: um que mede a situação atual das cidades (Índice de Cidades Globais - ICG) e outro que mede o potencial futuro destes lugares para atrair e reter capital, ideias e pessoas do mundo todo (Visão Geral das Cidades).
As seis cidades brasileiras avaliadas foram: Belo Horizonte, Salvador, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro e São Paulo.
O Rio de Janeiro é a cidade brasileira que tem o maior potencial futuro. Já São Paulo é a representante do País com o melhor desempenho atual - mesmo assim, muito atrás das cidades com as melhores avaliações.
Nenhuma cidade brasileira aparece entre as 25 melhores colocadas em nenhum dos dois rankings - e apenas Nova York e Londres estão entre as 10 primeiras posições nas duas avaliações.
Um dos fatores que explica tal distanciamento é a falta de inovação no País
As cidades são avaliadas em comparação a uma "cidade perfeita", que receberia 100 pontos. Nova York, que é a primeira colocada no ranking ICG marcou apenas 63 pontos - o que mostra que o mundo ainda está longe de ter um município ideal.
Progresso lento
São Paulo, no entanto, apesar de ser a cidade brasileira mais bem colocada, aparece na 32º posição com só 24,6 pontos. Em 2008, na primeira edição deste estudo, a capital paulista aparecia uma posição à frente.
De acordo com François Santos, que é sócio do escritório brasileiro da A.T. Kearney, São Paulo e as outras cidades brasileiras estão evoluindo em velocidade muito menor que as outras grandes cidades do mundo.
"De 2008 para cá, olhando os indicadores, São Paulo não piorou. Em alguns indicadores, a cidade até evoluiu, mas as outras cidades progrediram em velocidade maior e se distanciaram", afirmou Santos à Exame.com.
Falta inovação
Quando se olha para o futuro, a situação é ainda pior. Nenhuma cidade brasileira fica entre as 60 com mais potencial de desenvolvimento. São Paulo, por exemplo, despenca para a 82ª posição.
Segundo ele, um dos fatores que explica tal distanciamento é a falta de inovação no País. "O Brasil é pouco inovador quando comparado a essas grandes metrópoles", diz.
O Índice de Cidades Globais mede o desempenho atual baseado na atividade de negócios, capital humano, troca de informações, experiência cultural e engajamento político.Já o ranking Visão Global das Cidades avalia o potencial futuro delas baseado na taxa de evolução de quatro áreas: bem estar pessoal, economia, inovação e governança.
Posição no ICG:
32) São Paulo - 24.6 pontos
53) Rio de Janeiro - 17.95
88) Porto Alegre - 7.4
93) Belo Horizonte - 6.7
99) Salvador - 6.1
101) Recife - 5.6
Posição no ranking Visão Geral das Cidades:
69) Rio de Janeiro
82) São Paulo
88) Recife
92) Belo Horizonte
94) Salvador
96) Porto Alegre