Cientistas dizem ter descoberto primeira geração de estrelas na galáxia mais distante
Maiores e mais afastados, astros da galáxia CR7 podem alterar conceitos sobre o início da vida na Terra. As estrelas teriam ajudado a propagar elementos como oxigênio, carbono e ferro.
Uma descoberta pode revolucionar o que se sabia até então sobre a evolução do universo e o surgimento da vida. Cientistas encontraram uma geração inteira de "estrelas monstruosas" – tão brilhantes como centenas de milhões de sóis – que teria influenciado diretamente na propagação da luz após a explosão do Big Bang e impulsionado a criação dos elementos necessários para a vida.
Astrônomos buscavam há décadas essa geração "perdida", nascida do material primordial do Big Bang. Elas estariam localizadas na galáxia CR7, uma abreviação de Cosmos e Redshift 7, medida de distância utilizada pelos astrônomos – como o chefe da equipe de pesquisas é o astrofísico português David Sobral, o nome da galáxia acabou virando também uma homenagem ao jogador de futebol português Cristiano Ronaldo.
As explosões desses corpos celestes, também conhecidos como estrelas da primeira geração, teriam desencadeado reações termonucleares que possibilitaram aos astros que surgiram mais tarde encher o cosmos gradualmente com elementos como oxigênio, carbono e ferro.
Até então, não se sabia de onde teriam vindo os elementos químicos pesados que compõem as estrelas modernas, como o Sol, pois apenas hidrogênio, hélio e um pouco de lítio estavam disponíveis para formar as primeiras estrelas após o Big Bang.
Segundo a descoberta, as estrelas monstruosas teriam queimado vagarosamente 200 milhões de anos após a formação do universo, com explosões que propagaram esses elementos pesados no espaço.
O estudo foi realizado por um grupo internacional de astrônomos comandados por David Sobral, da Universidade de Lisboa, e pelo Leiden Observatory, da Holanda, e será publicado no The Astrophysical Journal.