Após 20 anos, acordo climático de Paris entra em vigor
Texto demorou para ser aprovado e substitui Kyoto
Após quase um ano da sua aprovação e 20 anos de impasse em negociações ambientais, o acordo climático de Paris entra em vigor oficialmente nesta sexta-feira (4), apesar de nem todos os países terem ratificado o texto ainda. O Acordo de Paris, criado para substituir o Protocolo de Kyoto, é o primeiro pacto a pressionar os países a executarem seus planos para reduzir as emissões de gases do efeito estufa.
O acordo histórico foi aprovado por representantes de 195 países durante a COP 21, realizada em dezembro de 2015, e ratificado pelo limite mínimo de 55 nações, que representam 55% das emissões mundiais de gases.
A meta foi alcançada no início de outubro, quando a União Europeia (UE), que representa 12% das emissões, entregou a documentação de ratificação do acordo na sede das Organizações das Nações Unidas (ONU).
O tratado entra em vigor às vésperas da 22ª Conferência da ONU sobre o Clima, que terá início na próxima segunda-feira (7) na cidade de Marrakesh, em Marrocos. Cerca de 90 países já ratificaram o acordo. No entanto, entre os principais países emissores, a Rússia ainda não ratificou o acordo. A Austrália e Japão estão com o processo em andamento para confirmarem a aprovação. Polônia, Bélgica, Itália e Espanha também devem aprová-lo em nível nacional em breve. Países da América Latina, como Argentina, Brasil, México, Peru, Costa Rica, Bolívia, Honduras e Uruguai já ratificaram o acordo de Paris.
Segundo a ONU, é previsto que em 2030 as emissões de gases do efeito estufa estejam de 12 bilhões a 14 bilhões de toneladas acima do que seria necessário para manter o aquecimento global na meta acordada.
O texto do acordo do clima prevê que países ricos devem garantir um financiamento de US$ 100 bilhões por ano aos mais pobres, além de reduzir o aquecimento para 2ºC, chegando a limitá-lo a 1,5ºC. O acordo também deve ser revisto a cada cinco anos.