Como era o rosto de Ramsés II, faraó do Egito Antigo? Veja reconstrução em programa 3D
Pesquisadores projetaram a fisionomia do governante em programa 3D. Publicação reacende debate sobre características físicas dos antigos egípcios
Ramsés II foi o segundo faraó mais longevo do Egito Antigo. Seu reinado durou 66 anos, de 1279 a.C. a 1213 a.C., e foi marcado por expansões territoriais bem sucedidas, o que lhe garantiu a alcunha de Ramsés, "o Grande".
Para desvendar mistérios em torno de sua aparência física, uma dupla de pesquisadores, liderada pelo designer brasileiro Cicero Moraes, fez uma reconstrução facial do rosto do faraó. As imagens inéditas foram publicadas na revista científica OrtogOnLineMag.
A imagem foi recriada por aproximação facial forense, uma técnica que reconstrói as feições de um indivíduo a partir do crânio. Essa é, de acordo com estudo, uma técnica utilizada quando há poucas informações disponíveis para a realizar uma identificação.
Os pesquisadores se utilizaram de imagens de Ramsés II projetadas em outros estudos e de traços cranianos obtidos por meio de um doador virtual. As informações foram agrupadas por um processo nomeado de "deformação anatômica".
A técnica "consiste em ajustar a estrutura até que o crânio do doador se converta no crânio de Ramsés II, refletindo a deformação no tecido mole e gerando um rosto que seria compatível com o do faraó em vida", explica o artigo.
Também foram utilizados dados que continham informações sobre características físicas de egípcios modernos para realizar a projeção nasal. Com esse conjunto de dados em mãos, a modelagem do rosto foi feita em um software 3D.
Com a mesma técnica, os pesquisadores, em um segundo momento, projetaram um busto do faraó. "Marcas de expressão compatíveis com a idade avançada foram esculpidas e a ponta do nariz foi rotacionada seguindo o grau de decaimento extrapolado para a idade de Ramsés II", diz o estudo. Veja abaixo a imagem do busto:
O artigo faz uma revisão da cor de pele do povo egípcio apresentado em estudos anteriores e propõe o que chama de "meio termo" das projeções anteriores, que oscilam entre o branco europeu e o preto africano. "O termo pardo, com toda a sua paleta de cores, poderia ser atribuído de modo seguro a AFFs [aproximação facial forense] relacionadas àquele povo [egípcios antigos]", afirmam os pesquisadores.