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Como 'iceberg de gordura' que entupia esgoto de Londres levou museu a ter recorde de visitas

Quando foi encontrado, no ano passado, o bloco de gordura pesava 130 toneladas e tinha 250 metros de comprimento; Museu de Londres avalia se pedaço do objeto vai continuar em exibição ou se será jogado no lixo.

30 jun 2018 - 20h55
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Ao ser encontrado no ano passado, o bloco de gordura pesava 130 toneladas e tinha 250 metros de comprimento
Ao ser encontrado no ano passado, o bloco de gordura pesava 130 toneladas e tinha 250 metros de comprimento
Foto: BBC News Brasil

Um pedaço de gordura sólida retirado do esgoto foi colocado em exibição no Museu de Londres, que conta a história e traz curiosidades da capital inglesa. Em exibição desde fevereiro, ele começou a transpirar e a mudar de cor, atraindo moscas.

Mas o museu, segundo a curadora Vyki Sparkes, está em busca de uma forma de preservar o inusitado objeto, para que futuras gerações possam ir ver o pedaço do "iceberg de gordura", encontrado bloqueando o esgoto no leste de Londres. Ao ser identificado, no ano passado, o bloco de gordura pesava 130 toneladas e tinha 250 metros de comprimento.

O esforço para manter o pedaço de gordura no museu se deve ao sucesso que o objeto fez. A mostra levou o museu a registrar um aumento significativo no número de visitantes.

"Está havendo uma reação incrível dos visitantes", diz a curadora. Tão logo foi exibido, o "iceberg de gordura" transformou-se numa das atrações mais populares do Museu de Londres, segundo Sparkes.

O "iceberg" estava obstruindo a rede de esgoto de Whitechapel, bairro que até hoje carrega fama de ter sido palco dos supostos ataques de Jack, o Estripador, no século 19.

O pedaço gigantesco de gordura, que passou a ser chamado de "iceberg monstro", também ganhou as páginas dos jornais. Foram necessárias nove semanas de trabalho para quebrar o bloco e remover a grande massa sólida, formada por óleo, lenços umedecidos, fraldas e até camisinhas.

Jogados em pias e vasos sanitários, esses materiais se transformaram em um bloco gigantesco e denso.

É a primeira vez que o Museu de Londres exibe algo do tipo. O pedaço da história urbana foi aberto para visitação em fevereiro como exemplo dos desafios que a capital inglesa enfrenta para lidar com a produção de lixo.

A previsão era encerrar com a exibição do "iceberg de gordura" nesta semana, mas Vyki Sparkes diz que ficou surpresa com o grande interesse que o objeto gerou no público e com o aumento no número de visitantes.

As reações de quem viu a grande massa de gordura, segundo a curadora do museu, foram diversas. Houve uma mistura de fascinação e repulsa. O objeto, que está numa caixa de vidro, mudou bastante desde o dia em que foi colocado no museu.

"Nós nunca trabalhamos com nada parecido", diz ela, destacando o elemento de "mistério" da peça. "Está sob nossos pés, cresce. Somos todos responsáveis por criá-lo", observa.

O museu avalia a possibilidade de manter o "monstro de gordura" no acervo, em vez de jogá-lo fora, como inicialmente planejado.

O 'iceberg' em números

- Originalmente com 250 metros de comprimento, 6 metros mais longo que a Tower Bridge, uma das mais charmosas pontes da capital inglesa;

- 130 toneladas, peso equivalente ao de uma baleia azul;

- Até 30 mil quilos removidos diariamente do esgoto, quantidade similar a 120 mil pacotes de banha vendida em supermercado.

O restante do "iceberg" foi cortado em pedaços e transformado em combustível biodegradável.

Apesar do sucesso, o objeto vai para "uma quarentena". A ideia é tomar providências em relação a regras de segurança e saúde para, quem sabe, voltá-lo a exibi-lo.

No próximo mês, o comitê que cuida das coleções do museu decidirá se o "iceberg de gordura" será guardado para sempre como um artefato, seja em um depósito ou como objeto de exposição, em vez de ser devolvido ao lixo.

Sparkes admite que "se apegou" à inusitada peça de museu e afirma haver um "forte motivo para mantê-lo" no museu.

Ela diz que se envolveu com as ideias por trás do "iceberg de gordura" como, por exemplo, o comportamento do consumidor e o tipo de consumo que cria esse tipo de objeto.

Segundo a curadora, houve até respostas artísticas ao "monstro", que inspirou histórias infantis e até um musical, em fase de produção.

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