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Como vai ser o raro eclipse de 'superlua azul de sangue' em 31 de janeiro

Rara coincidência de fenômenos celestes dará a milhões de observadores na Terra um eclipse de Lua grandiosa e avermelhada; no Brasil, só conseguiremos vê-la em tamanho maior do que o normal.

29 jan 2018 - 19h18
(atualizado às 20h01)
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Uma rara coincidência de fenômenos celestes ficará visível no céu de algumas partes do mundo nesta quarta-feira (31): um eclipse total lunar, uma superlua, lua azul e a chamada lua de sangue.

Ilustração da Nasa mostra como a Lua aparecerá em 31 de janeiro para quem estiver em pontos específicos, como a ocsta oeste americana | Foto: Nasa
Ilustração da Nasa mostra como a Lua aparecerá em 31 de janeiro para quem estiver em pontos específicos, como a ocsta oeste americana | Foto: Nasa
Foto: BBC News Brasil

Segundo a Nasa, essa coincidência fará do 31 de janeiro um dia "especial". "É a terceira de uma série de 'superluas', quando a Lua está mais perto da Terra em sua órbita - algo conhecido como perigeu - e cerca de 14% mais brilhante do que o normal", diz comunicado da agência espacial americana.

"É também a segunda lua cheia do mês, (fenômeno) conhecido como 'lua azul'. E a superlua vai passar pela sombra da Terra, com um eclipse total. Enquanto a Lua estiver na sombra terrestre, terá um aspecto avermelhado, algo conhecido como 'lua de sangue'."

Aqui no Brasil, porém, só conseguiremos ver a superlua, explica à BBC Brasil Claudio Bevilacqua, astrônomo e físico do Observatório Astronômico da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. A quase totalidade da América Latina e a maior parte da África e da Europa Ocidental também estão na zona que não conseguirá ver o eclipse, tanto pelo fuso horário quanto pela órbita terrestre.

"A posição da órbita da Lua é mais favorável à visualização no hemisfério Norte. (O eclipse com lua avermelhada) vai ser visto na Ásia e na costa oeste dos EUA", diz o especialista.

A região ideal para ver essa rara combinação é justamente no oeste americano, informa a Nasa. E trata-se de algo bastante raro: a última ocorrência de um eclipse total de "superlua azul de sangue" nos EUA foi há cerca de 150 anos, em março de 1866.

A Nasa transmitirá a raridade pela internet, pelo perfil @NASAMoon no Twitter e pelo site nasa.gov/live.

A seguir, os detalhes sobre cada um desses fenômenos que ocorrerão simultaneamente:

Superlua

O termo se refere à Lua cheia no ponto mais próximo em sua órbita ao redor da Terra. Essa proximidade faz com que a Lua aparente ter tamanho maior.

Superlua em dezembro de 2017 em Washington; aparência avermelhada é efeito das partículas da atmosfera terrestre | Foto: Nasa
Superlua em dezembro de 2017 em Washington; aparência avermelhada é efeito das partículas da atmosfera terrestre | Foto: Nasa
Foto: BBC News Brasil

"Quando a Lua aparenta de 10% a 15% maior, a mudança é considerável e visível a olho nu", explica à BBC Mundo (serviço em espanhol da BBC) Francisco Diego, professor de astronomia da University College London.

A superlua de 31 de janeiro será a terceira de algo que a Nasa chamou de "trilogia de superluas", já que essa ocorrência foi registrada também em 3 de dezembro de 2017 e 1º de janeiro de 2018.

Lua azul

"A superlua será, além disso, a segunda lua cheia que teremos em janeiro", afirma Diego.

"Trata-se de um mês com duas luas cheias. Quando isso ocorre, é chamado de lua azul."

Eclipse lunar

Neste 31 de janeiro, a Terra, o Sol e a Lua vão se alinhar, provocando um eclipse lunar total.

Na América do Norte, o eclipse será visível antes do amanhecer de 31 de janeiro.

Também ficará visível na Ásia, Austrália, Nova Zelândia e no leste da Rússia. Mas não na maior parte da América do Sul, da África e da Europa Ocidental.

Lua de sangue

Superlua vista no Cazaquistão em 2016; fenômeno passou a ser chamado de "lua de sangue" | Foto: Nasa
Superlua vista no Cazaquistão em 2016; fenômeno passou a ser chamado de "lua de sangue" | Foto: Nasa
Foto: AFP / BBC News Brasil

Os observadores do eclipse verão uma grande Lua de cor avermelhada, a chamada "lua de sangue".

Isso, explicam os especialistas, se deve ao efeito da atmosfera terrestre.

"Quando a Lua está dentro da sombra da Terra, com o Sol completamente bloqueado da superfície lunar, os raios solares se curvam ao passar pela atmosfera terrestre", explica a Nasa.

"A atmosfera age como uma lente e curva o raio a ponto de que os nasceres e pores de sol (de luz vermelha e laranja) iluminam a Lua. Cada eclipse lunar é diferente. As cores variam de laranja claro ao (temporário) desaparecimento completo da Lua no céu."

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