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CoronaVac é segura e induz resposta imune, diz estudo científico

Análise publicada na The Lancet analisou dados das fases 1 e 2

18 nov 2020 - 07h49
(atualizado às 07h58)
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A vacina CoronaVac, desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac Biotech, é segura e consegue produzir uma resposta imune do organismo contra o coronavírus Sars-CoV-2, informou a revista científica "The Lancet" na noite desta terça-feira (17).

CoronaVac conseguiu reduzir a resposta imune ao novo coronavírus nas fases iniciais dos testes clínicos
CoronaVac conseguiu reduzir a resposta imune ao novo coronavírus nas fases iniciais dos testes clínicos
Foto: EPA / Ansa - Brasil

Os resultados confirmam, assim, as informações que haviam sido divulgadas pelos pesquisadores da China. Já a eficácia contra a Covid-19 precisará ser comprovada com os testes da etapa final, que também estão sendo realizados no Brasil, com milhares de voluntários.

O estudo analisou 743 pacientes que receberam a imunização nas fases iniciais - 1 e 2 - do estudo clínico: a primeira delas, mede a segurança da vacina no corpo humano; já a segunda analisa também a segurança bem como se o imunizante é capaz de gerar uma resposta ao vírus. As duas fases iniciais do estudo foram conduzidas no condado de Suining, na província de Jiangsu, com pacientes saudáveis que não tinham contraído a Covid-19.

Segundo os dados publicados pela "The Lancet", os adultos tinham de 18 a 59 anos e foram escolhidos aleatoriamente para receber duas doses da CoronaVac: alguns receberam um dose de 3 microgramas, outros uma de 6mcg e um grupo de controle recebeu placebo. Ainda conforme o estudo, a resposta com anticorpos foi induzida em 28 dias e com as duas dosagens.

"Os nossos resultados mostram que a CoronaVac é capaz de induzir uma resposta dos anticorpos em até quatro semanas após a administração, com duas doses no período de 14 dias entre elas. Isso torna a vacina adaptada para o uso de emergência durante a pandemia", ressaltou um dos diretores do centro provincial Jiangsu para Controle e Prevenção de Doenças, Fengcai Zhu.

A CoronaVac é uma das 48 candidatas a vacina contra o novo coronavírus cadastradas na Organização Mundial da Saúde (OMS) e, atualmente, está na fase 3 de testes clínicos. Ela tem como base um método tradicional de produção de imunização, com um vírus inativado a partir de uma cepa do Sars-CoV-2. A Sinovac é especialista neste tipo de vacina, tendo sido a primeira empresa do mundo a desenvolver uma imunização contra o vírus H1N1, por exemplo.

"A CoronaVac é uma das tantas vacinas anti-Covid atualmente em teste e pode representar uma opção atraente porque pode ser conservada em refrigeração padrão, entre 2ºC e 8ºC, como ocorre com a maior parte das vacinas em uso atualmente, incluindo a contra a gripe", destacou um dos autores dos testes e diretores da Sinovac, Gang Zeng.

O responsável ainda afirmou que, por conta disso, a vacina pode ser conservada "e ficar estável por até três anos, o que é uma das vantagens para a distribuição também para lugares remotos".

A fala do representante da Sinovac refere-se ao fato de que duas das três vacinas que apresentaram eficácia em um estudo preliminar na prevenção da Covid-19, já na fase três de testes, são feitas com uma nova tecnologia que usa RNA mensageiro (mRNA) e que precisam de refrigeração fora do padrão: a da Pfizer/BioNTech precisa ser mantida a -80ºC; já a da Moderna pode ser conservada em temperatura padrão (2ºC a 8ºC), mas precisa ser transportada a -20ºC. .

Ansa - Brasil
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