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De sedentarismo a ensino médio incompleto: nove fatores sociais que aumentam risco de demência, segundo estudo

Pesquisa britânica diz que um em cada três casos de demência poderiam ser evitados se as pessoas cuidassem da saúde do cérebro.

20 jul 2017 - 07h45
(atualizado às 09h42)
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Casos de demência podem chegar a 131 milhões em 2050
Casos de demência podem chegar a 131 milhões em 2050
Foto: BBC News Brasil

Um em cada três casos de demência poderia ser evitado se mais pessoas cuidassem da saúde do cérebro ao longo da vida, segundo um estudo internacional publicado no periódico científico Lancet.

A pesquisa, apresentada na Conferência da Associação Internacional de Alzheimer, que termina nesta quarta em Londres, lista nove importantes fatores de risco para a condição, incluindo perda de audição, isolamento social, fumo e sedentarismo.

Estima-se que 47 milhões de pessoas sofram da doença no mundo; a expectativa é de que os casos cheguem a 131 milhões em 2050.

"Embora a demência seja diagnosticada mais tarde na vida, as mudanças no cérebro geralmente começam a se desenvolver anos antes", disse o autor principal do estudo, Gill Livingston, da University College London.

"Agir agora irá melhorar bastante a vida de pessoas com demência e de seus familiares e, ao se fazer isso, irá transformar o futuro da sociedade", acrescentou.

O estudo, que combina o trabalho de 24 especialistas internacionais, diz que o estilo de vida tem um papel importante sobre o risco de demência.

Estudar estimula as redes neurais e garante a saúde do cérebro por mais tempo
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Foto: BBC News Brasil

O quanto certos fatores contribuem para o risco de demência

  • perda de audição na meia-idade - 9%
  • não conclusão do ensino médio - 8%
  • fumo - 5%
  • depressão - 4%
  • sedentarismo - 3%
  • isolamento social - 2%
  • pressão alta - 2%
  • obesidade - 1%
  • diabetes tipo 2 - 1%

Esses são entendidos como fatores de risco evitáveis e representam 35% do total. Os outros 65% dos riscos de demência vêm de fatores que não podem ser controlados pelo indivíduo.

Fonte: Comissão do Lancet em prevenção, intervenção e cuidados de demência

O estudo examina os benefícios de se construir uma "reserva cognitiva", ou seja, fortalecer a rede neural no cérebro para que ela continue a funcionar bem na terceira idade.

O aprendizado contínuo, por exemplo, estimula o desenvolvimento dessas redes, e é por isso que especialistas identificaram a desistência de completar o ensino médio como um dos maiores fatores de risco.

Outro fator de risco é a perda de audição na meia idade. Os pesquisadores dizem que isto impede indivíduos de fazer parte de um ambiente cognitivamente rico, levando ao isolamento social e à depressão.

Uma das principais mensagens do documento é que o que faz bem para o coração também faz para o cérebro. Não fumar, fazer exercício, manter o peso saudável, cuidar da pressão arterial e do diabetes podem reduzir o risco de demência da mesma forma como reduz o de doenças cardiovasculares e câncer.

Exercício físico e relações sociais ajudam a reduzir riscos de Alzheimer na velhice
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Foto: BBC News Brasil

Os pesquisadores não tinham dados suficientes para incluir fatores de alimentação ou consumo de álcool nos cálculos, mas eles acreditam que ambos também sejam importantes.

"Embora não seja inevitável, a demência pode se tornar a principal causa de morte do século 21. Precisamos estar conscientes dos riscos e começar a fazer mudanças positivas no estilo de vida", comentou Doug Brown, diretor de pesquisa na Sociedade de Alzheimer.

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