Detectar vida em Marte será difícil com instrumentos atuais
Essa é conclusão de um estudo publicado na Nature Communications
Descobrir sinais de vida em Marte será mais difícil do que o previsto porque os instrumentos já presentes no planeta vermelho para identificação de traços biológicos ou ainda em fase de projeto podem não ser suficientemente sensíveis.
Essa é a conclusão de um estudo internacional publicado na revista Nature Communications, com a participação do Instituto Nacional de Astrofísica da Itália (Inaf). Segundo a pesquisa, será necessário esperar a chegada na Terra das amostras coletadas pelo robô Perseverance, prevista só para a próxima década.
Os cientistas colocaram à prova os instrumentos das missões marcianas analisando amostras recolhidas em um dos lugares mais áridos de nosso planeta: Piedra Roja, no Deserto de Atacama, no Chile.
"Nossas análises confirmaram a composição mineral dessas rochas, mas a detecção de compostos orgânicos foi possível principalmente nas faixas espectrais do infravermelho médio, que não correspondem àquelas investigadas pelos instrumentos SuperCam [do Perseverance] e MicrOmega [da futura missão ExoMars]", explicou Teresa Fornaro, pesquisadora do Inaf.
"Dessa forma, a capacidade desses instrumentos de detectar compostos orgânicos em Marte em concentrações baixas como em Piedra Roja é limitada", acrescentou.