DNA preservado em museu ajuda a identificar maior anfíbio do mundo
Professor da Sociedade Zoológica de Londres disse que a queda no número de indivíduos dessa espécie na natureza foi 'catastrófico' devido à caçada para abastecer comércio de alimentos de luxo.
Um anfíbio recém-identificado é possivelmente o maior do planeta. Pesquisadores chegaram a essa conclusão com o auxílio do DNA coletado em um espécime que está preservado em um museu.
Atingindo quase dois metros de comprimento, a salamandra gigante do sul da China está criticamente ameaçada na natureza.
Os cientistas dizem que são necessários novos esforços de conservação para salvar o animal da extinção. Isso ocorre porque a caçada para abastecer o comércio de alimentos de luxo levou a uma queda extrema nos números do animal em toda a China.
Antes considerada uma única espécie, os cientistas identificaram após uma análise de DNA de outros indivíduos - vivos e mortos - que existem de fato três espécies encontradas em diferentes partes da China.
A salamandra do sul da China é a maior das três. Os pesquisadores acreditam que ela seja o maior anfíbio vivo atualmente.
Mas o professor Samuel Turvey, da ZSL (Sociedade Zoológica de Londres, por sua sigla em inglês), disse que a queda no número de indivíduos dessa espécie na natureza foi "catastrófica".
"Esperamos que esse novo entendimento da diversidade de espécies chegue a tempo de apoiar a conservação de maneira bem-sucedida, mas medidas urgentes são necessárias para proteger quaisquer populações viáveis de salamandras gigantes que ainda possam existir", afirmou ele.
A pesquisadora Melissa Marr, do Museu de História Natural de Londres, que participou do estudo, disse que medidas devem ser tomadas para preservar a integridade genética de cada espécie.
"Essas descobertas ocorrem em um momento em que são necessárias intervenções urgentes para salvar salamandras gigantes chinesas na natureza", disse ela.
O que é a salamandra gigante chinesa?
Salamandras gigantes já foram encontradas em uma grande área do centro, leste e sul da China.
Mas a exploração excessiva desses animais aumentou nas últimas décadas para abastecer um mercado doméstico de alimentos de luxo.
Os cientistas usaram espécimes de museus para examinar a história genética da salamandra gigante chinesa, que tem uma árvore genealógica tão antiga que o animal é considerado um "fóssil vivo".
A idéia de que a salamandra gigante do sul da China era uma espécie diferente foi levantada pela primeira vez na década de 1920 e depois abandonada, com base em um animal incomum que foi mantido no zoológico de Londres.
A equipe usou o mesmo animal, que agora é preservado no Museu de História Natural, para definir as características das novas espécies.
A pesquisa está publicada na revista Ecology and Evolution.