Egito: arqueólogos revelam papiros mais antigos já encontrados
Papiros da época do faraó Keops documentam a vida cotidiana dos egípcios
Uma equipe de arqueólogos descobriu no Egito um porto histórico no litoral do Mar Vermelho com os papiros mais antigos já encontrados até hoje, informou nesta quinta-feira em comunicado o Ministério de Estado para as Antiguidades.
O porto, que remonta à época do faraó Keops, o segundo rei da IV dinastia que reinou há mais de 4.500 anos, fica na zona de Wadi al Gurf a 180 quilômetros ao sul da cidade de Suez, no leste do Egito. Nele, estão 40 papiros com hieróglifos, que documentam a vida cotidiana dos egípcios, alguns datados do ano 27 do reinado de Keops.
Na nota, o ministro de Estado egípcio para as Antiguidades, Mohammed Ibrahim, explicou que esses textos incluem registros mensais com o número de trabalhadores no porto e oferecem detalhes sobre suas vidas.
O arqueólogo francês Pierre Tallet, diretor da equipe francesa que colaborou com arqueólogos egípcios nas escavações, acrescentou que nos papiros se reflete o estilo de vida dos cidadãos na antiguidade, seus direitos e obrigações.
Os documentos foram levados ao Museu de Suez para que sejam estudados. O porto, aonde chegavam embarcações com bronze e metais procedentes da Península do Sinai, tem um píer, onde foram descobertas várias âncoras de pedra.
Além disso, há restos de quartos nas quais se alojavam os trabalhadores do porto e 30 cavernas escavadas na rocha, junto a blocos de pedra empregados para fechá-las com o nome de Keops escrito em tinta vermelha. Também foram encontradas cordas de embarcações e ferramentas usadas para cortá-las.