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Elefantes se chamam pelo 'nome', revela pesquisa

Pesquisa sugere que elefantes são os únicos animais a mostrarem capacidade semelhante a de humanos.

11 jun 2024 - 06h39
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Pesquisa sugere que elefantes têm capacidade só vista em humanos
Pesquisa sugere que elefantes têm capacidade só vista em humanos
Foto: Getty Images / BBC News Brasil

Uma pesquisa publicada esta semana afirma que os elefantes conseguem "inventar nomes" uns para os outros e usar sons para se chamarem pelo nome.

Cientistas da Universidade Estadual do Colorado, nos Estados Unidos, dizem que os elefantes chamam uns aos outros pelo nome e respondem quando ouvem outros chamá-los, ao contrário de outros animais.

No passado, cientistas já constataram que golfinhos e papagaios se dirigem uns aos outros imitando o som de outros de sua espécie. Mas os elefantes são os primeiros animais não-humanos a usar nomes que não envolvem imitação, sugere a pesquisa.

A equipe de pesquisadores utilizou um algoritmo de inteligência artificial para analisar os chamados feitos por duas manadas selvagens na savana africana no Quênia.

A pesquisa "não apenas mostra que os elefantes usam vocalizações específicas para cada indivíduo, mas que eles reconhecem e reagem a um chamado que lhes é dirigido, ignorando aqueles que são dirigidos a outros", disse o principal autor do estudo, Michael Pardo, ecologista comportamental da Universidade Estadual do Colorado.

"Isso indica que os elefantes conseguem determinar se um chamado é destinado a eles apenas ouvindo o som emitido, mesmo quando fora de seu contexto original."

Os investigadores analisaram sons de elefantes registados na Reserva Nacional Samburu, no Quênia, e no Parque Nacional Amboseli, entre 1986 e 2022.

Usando um algoritmo de aprendizado de máquina, eles identificaram 469 chamados distintos, que incluíam 101 elefantes emitindo chamados e 117 os recebendo.

Os elefantes emitem uma ampla variedade de sons, de agudos a graves que não podem ser ouvidos pelo ouvido humano.

Muitos chamados aconteciam em longas distâncias, por exemplo quando os adultos se dirigiam aos jovens elefantes.

Os adultos também eram mais propensos a usar nomes do que os jovens, o que sugere que essa técnica talvez precise ser aprendida ao longo de anos.

A chamada mais comum era "um som harmonicamente rico e de baixa frequência", de acordo com o estudo publicado na revista Nature Ecology & Evolution.

Quando os pesquisadores reproduziram para um elefante uma gravação de um conhecido ou membro da família chamando seu nome, o animal respondeu "energicamente", disseram os pesquisadores.

Mas a reação do mesmo elefante foi muito menos entusiasmada ao ouvir os nomes dos outros animais.

Ao contrário dos papagaios e golfinhos, os elefantes não usam imitação em seus chamados. Isto sugere que os elefantes e os humanos são os únicos dois animais conhecidos por inventarem nomes arbitrários um para o outro, em vez de copiarem o som do destinatário.

"A evidência fornecida aqui de que os elefantes usam sons não imitativos para rotular os outros indica que eles têm a capacidade de pensamento abstrato", disse o principal autor do estudo, George Wittemyer, segundo a agência de notícias AFP.

"Apesar destes resultados, não fomos capazes de identificar como os nomes são codificados nos chamados dos elefantes ou isolar os sons que são específicos dos nomes de elefantes individuais. Isto limitou a nossa capacidade de examinar a forma e a estrutura dos nomes dos elefantes."

O que ospesquisadores perceberam foi que indivíduos reagiam de modo diferente a uma sequência de sons quando outros ficavam indiferentes. E esses mesmos indivíduos eram indiferentes a uma outra sequência de sons. Ou seja, em algum lugar de cada sequência estaria o nome de cada indivíduo.

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