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Elefantes também têm rituais de enterro para seus filhotes, diz pesquisa; entenda

Filhotes foram deixados na cova de barriga para cima, e a terra tampava suas cabeças, mas deixava de fora as patas

31 mai 2024 - 16h43
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Os seres humanos não são os únicos animais com rituais para lidar com a morte de seus entes queridos. Uma pesquisa registrou pela primeira vez elefantes na Ásia enterrando seus filhotes. Além de observarem que os elefantes eram colocados na cova na mesma posição, os pesquisadores notaram que a manada vocalizava durante o ritual e passava a evitar a cova.

"A maneira com que os não-humanos lidam com a morte e os mortos reflete seu lado cognitivo e emocional", diz o artigo publicado na revista Journal of Threatened Taxa. Outros animais, como da ordem dos cetáceos (grupo de mamíferos marinhos do qual fazem parte as baleias) e primatas também apresentam fortes reações a mortes de seus filhotes. No caso dos elefantes, diz a pesquisa, o carinho em relação à cria ultrapassa o âmbito a mãe e chega a toda manada

Os pesquisadores observaram cinco covas em área de cultivo de chá no nordeste de Bengala, Estado da Índia. Eles constataram que, em todas elas, os pequenos elefantes foram colocados na mesma posição: de barriga para cima, com a terra os tampando de forma parcial e deixando à mostra as patas.

A manada arrastou a carcaça do filhote até um local considerado apropriado, com baixa presença humana e de carnívoros. A terra também precisava estar úmida para facilitar o escavamento. Por isso, eles levavam as carcaças até áreas de cultivo de chá, longe de povoados.

Ao analisar a cova, os pesquisadores notaram que havia uma série de pegadas de elefantes de todos os lados da cova. Isso significa que o ritual é coletivo e conta com ajuda de toda manada. Enquanto enterravam a prole, os elefantes vocalizaram durante 30 e 40 minutos.

A posição em que o corpo foi deixado indica que os animais priorizaram a cabeça em vez dos pés no enterro. A pesquisa também afirma que os filhotes foram postos de forma delicada com ajuda de vários membros do bando. Um comportamento que denota carinho e sociabilidade

O estudo destaca que os elefantes são apegados a seus filhotes por conta da cumprida gestação de 22 meses e a ocitocina, conhecido como hormônio do amor.

Depois do enterro, os animais passavam a evitar a cova em seus trajetos, mesmo que para isso tivessem que percorrer um caminho paralelo ao local. O comportamento difere, por exemplo, dos elefantes africanos, que visitavam a cova em variados estágios de decomposição e investigavam os remanescentes. Apesar das diferenças, em ambos os casos o local da cova mostrava ser importante e influenciar a manada.

Leia a pesquisa completa na Journal of Threatened Taxa.

Estadão
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