Eleitor de Trump pode pegar 10 anos de prisão por divulgar fake news no Twitter
Conhecido como “Ricky Vaughn” no então Twitter, homem passou os meses que antecederam as eleições de 2016 postando informações falsas
O norte-americano Douglass Mackey, um usuário do X (ex-twitter) que postou memes e desinformação durante as eleições dos Estados Unidos em 2016, foi condenado esta semana a sete meses de prisão por um júri de Nova York.
Mackey foi acusado no início de 2021, e condenado este ano por conspirar para privar outras pessoas do direito de voto. Ele pode pegar até 10 anos de prisão, segundo relatado em reportagem do The Verge.
Não é ilegal mentir no X – mas as postagens de Douglass Mackey sobre votação infringiram diversas regras, de acordo com o júri.
O homem era conhecido como “Ricky Vaughn” no então Twitter, e passou os meses que antecederam as eleições de 2016 postando informações falsas para seus mais de 58 mil seguidores. Além de esquematizar com outros usuários da plataforma para descobrir como virar a eleição a favor de Donald Trump.
Apesar de a maioria de suas postagens serem memes, uma das táticas de Mackey ultrapassou os limites. Uma semana antes da eleição, o homem e seus seguidores começaram a encorajar os apoiadores de Hillary Clinton a pular as filas de votação e votar por mensagem de texto. (O que não é permitido nos Estados Unidos).
Eles também postaram fotos, que simulavam ter sido financiadas pela campanha de Clinton, de pessoas segurando cartazes com a mesma mensagem e número de telefone.
Mackey disse que o objetivo era suprimir a participação dos eleitores negros e outros grupos minoritários.
“Trump deveria descartar o voto dos negros e se concentrar apenas em diminuir sua participação”, escreveu ele em um dos grupos usados para planejar a estratégia de conteúdo, segundo relatou o The Verge.
O processo diz que cerca de 4.900 pessoas enviaram mensagens para os números dessas postagens com “Hillary” ou algo semelhante na mensagem.
As contas de Mackey no Twitter foram suspensas diversas vezes, mas, com o nome “Ricky Vaughn”, ele sempre encontrava uma forma de voltar à plataforma.
Os promotores pediram entre seis meses e um ano de prisão para o homem. O jornal New York Times relata que a defesa de Mackey argumentou que ele não é mais a mesma pessoa que era em 2018 e reformou suas ações.
Os promotores disseram que isso só aconteceu porque ele foi divulgado pelo jornal HuffPost.
Durante o julgamento, alguns dos co-conspiradores de Mackey testemunharam contra ele, revelando como os grupos coordenaram e planejaram suas postagens e memes para obter o máximo impacto no Twitter e em outros lugares.
Mackey, que testemunhou em sua própria defesa, disse que era apenas uma das muitas pessoas nesses grupos e que estava postando sem muita reflexão ou consideração, e não como um grande esquema.
Em março, quando Mackey foi condenado, o procurador dos EUA, Breon Peace, disse:
“O veredicto de hoje prova que as ações fraudulentas do réu ultrapassaram os limites da criminalidade e rejeita categoricamente a sua tentativa cínica de usar o direito constitucional à liberdade de expressão como um escudo para o seu esquema de subversão às urnas e suprimir a votação".