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Encontrado na Nova Zelândia fóssil de pinguim gigante

Apelidado de 'pinguim monstro', ave tinha 1,6 metros, pesava cerca de 80 kg e viveu há 60 milhões de anos; ossos das pernas foram encontrados no sul do país.

14 ago 2019 - 10h42
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Apelidado de 'pinguim monstro', ele tinha 1,6 metros e cerca de 80 kg
Apelidado de 'pinguim monstro', ele tinha 1,6 metros e cerca de 80 kg
Foto: Canterbury Museum / BBC News Brasil

Fósseis de um pinguim gigante, do tamanho de um ser humano, foram descobertos na Nova Zelândia.

O animal devia ter 1,6 metros de altura e pesava 80 kg. Ele viveu no período Paleoceno, entre 60 e 56 milhões de anos atrás.

Apelidado de "pinguim monstro" pelo Museu Canterbury, ele agora se soma aos bichos da fauna da Nova Zelândia que hoje estão extintos.

Papagaios, águias, morcegos e o moa, um pássaro de 3,6 metros, também integram essa lista.

Por que o pinguim era tão grande

Segundo Paul Scofield, curador do Museu Canterbury, em Christchurch, os pinguins conseguiram alcançar esse tamanho porque répteis marinhos gigantes (que seriam potenciais predadores e competidores) desapareceram dos oceanos na mesma época em que os dinossauros desapareceram.

"Aí, por 30 milhões de anos, foi a era dos pinguins gigantes", disse Scofield.

A maior espécie de pinguim existente hoje, o pinguim-imperador, alcança até 1,2 metros.

"Acreditamos que, naquela época, os animais estavam evoluindo muito rapidamente. A temperatura da água na Nova Zelândia era ideal para isso. Era de 25ºC, enquanto a média atualmente é de 8ºC", diz.

O fóssil encontrado é de um pequeno pedaço de osso, mas a descoberta tem enorme valor científico
O fóssil encontrado é de um pequeno pedaço de osso, mas a descoberta tem enorme valor científico
Foto: Canterbury museum / BBC News Brasil

Durante o período de existência do pinguim gigante, a Nova Zelândia ainda estava conectada à Austrália que, por sua vez, estava ligada à Antártida.

O fóssil encontrado se assemelha a outro pinguim pré-histórico gigante, o crossvallia unienwillia, cujos restos foram encontrados na Antártida.

De acordo com os pesquisadores, os pés dos pinguins crossvallia cumpriam um papel mais importante no nado do que os dos pinguins que existem hoje.

É possível que esse animal compartilhasse as águas da Nova Zelândia com "tartarugas e corais gigantes, além de tubarões de aspecto diferente", diz Scofield.

E por que esse pinguim gigante não existe mais

A razão para o desaparecimento dos pinguins gigantes das águas do hemisfério sul não está totalmente clara.

A teoria mais comum é a de que a extinção se deu na competição com outros animais marinhos que surgiram depois.

"Na época em que os pinguins evoluíram, grandes répteis marinhos tinham acabado de ser extintos", disse o pesquisador Gerald Mayr à BBC.

"Na Antártida e na Nova Zelândia, não havia grandes animais que pudessem ser competidores ou predadores até a chegada das baleias com arcadas dentárias e das focas."

A extinção dos pinguins gigantes parece coincidir com a chegada desses competidores, mas a razão exata para o desaparecimento do animal ainda está em discussão, diz Mayr.

Onde ele foi encontrado

Ossos das pernas dessa espécie de pinguim foram descobertos em Canterbury, no sul da Nova Zelândia.

"O local onde os fósseis foram achados é bem peculiar", diz Scofield. "Tem um berço de rio cortando um despenhadeiro."

Essa região tem sido local de descobertas de fósseis desde 1980. Muitos achados, como os fósseis do pinguim gigante, foram obra de paleontólogos amadores.

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