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Enigma da suposta tumba de Nefertiti será revelado antes do fim do ano

1 out 2015 - 09h47
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O ministro de Antiguidades do Egito, Mamduh al Damati, disse nesta quinta-feira esperar que o enigma sobre a possibilidade de se encontrar a tumba da rainha Nefertiti atrás da do faraó Tutancâmon seja resolvido "antes do final do ano".

Damati mostrou suas dúvidas sobre o fato de que seja Nefertiti, madrasta do "faraó menino", que realmente esteja enterrada junto a seu enteado, que é a teoria defendida pelo egiptólogo britânico Nicholas Reeves.

"Não posso ter certeza de quem está por trás. Poderia ser Nefertiti, também a rainha Meritaton (filha e mulher de Akenaton, pai de Tutancâmon) ou inclusive a mãe de Tutancâmon, Kiya", assinalou o ministro em declarações aos jornalistas depois de uma conferência realizada hoje no Cairo junto com Reeves.

Nefertiti foi também esposa do faraó Akenaton e mãe de Meritaton, mas as principais pesquisas apontam que no túmulo poderia estar Kiya, concubina de Akenaton, por ser a mãe de Tutancâmon, uma teoria que nem todos os egiptólogos compartilham.

Em sua conversa com os repórteres, Damati afirmou que não tem dúvidas de que há "algo" por trás da câmara funerária de Tutancâmon, apesar de na conferência anterior ter afirmado que estava somente "sessenta ou setenta por cento certo" da possibilidade de encontrar uma nova tumba.

Imagens de alta resolução digitalizadas pela empresa espanhola Factum Arte fizeram com que Reeves, um famoso egiptólogo da Universidade do Arizona, distinguisse pequenas rachaduras nos muros do túmulo de Tutancâmon que, segundo ele, mostram uma porta selada que leva a outra câmara oculta.

Damati acrescentou que se deve "esperar de um a três meses" para a incerteza acabar, já que ainda falta "apresentar a proposta para obter a permissão do Comitê Permanente, as autorizações de segurança e depois realizar inspeções com um radar dentro do túmulo".

Por sua vez, Reeves insistiu em sua teoria e se baseou em três argumentos.

Por um lado, a morfologia da câmara do "faraó menino", que inclui um corredor em forma de "L" com uma curva para a direita, o que "normalmente é utilizado nas tumbas das rainhas", disse Reeves aos jornalistas.

Por outro, a cena achada por trás do muro norte da tumba, que é diferente e anterior às outras cenas da câmara de Tutancâmon, o que "parece identificar o proprietário do túmulo dessa rainha".

Como terceiro argumento, Reeves destacou que nessa cena podem ser vistas características que evidenciam que dois dos personagens representados são Nefertiti e seu enteado.

"Há uma pequena linha na comissura dos lábios que coincide com as características faciais de Nefertiti e, além disso, a figura do rei tem um pequeno duplo queixo, e o perfil de Tutancâmon é exatamente assim", acrescentou o egiptólogo britânico.

Uma teoria primeiro baseada nas fotografias digitalizadas, mas recentemente Reeves pôde visitar o túmulo junto com o ministro egípcio para confirmá-la.

"Não encontrei nada que me tenha feito mudar de opinião; e mais, todos encontramos mais informação que faz com que pensemos que poderíamos estar no caminho certo", destacou Reeves.

No entanto, deixou espaço para a dúvida e acrescentou que "até agora é somente uma teoria".

"Só estou seguindo as pistas, que apontam que é Nefertiti, mas não posso ler o futuro. No entanto, as provas são suficientemente sólidas para mim. Acredito plenamente que algo está acontecendo", concluiu.

Independentemente de a pista de Reeves ser a certa - que é Nefertiti, Meritaton ou Kiya que supostamente está enterrada junto a Tutancâmon -, Damati destacou que a descoberta "será a mais importante do século" e que para os turistas "será algo único".

EFE   
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