Asteroide Ryugu pode ter grãos que "migraram" pelo Sistema Solar
O asteroide Ryugu parece ter grãos que foram transportados para regiões externas do Sistema Solar. Depois, eles se integraram ao objeto que originou o Ryugu
Após analisar as amostras do asteroide Ryugu, coletadas pela missão Hayabusa-2, pesquisadores da Universidade de Tohoku, no Japão, encontraram o que parece ser os compostos sólidos mais antigos do Sistema Solar já usados para estudos. As análises dos isótopos no material sugerem que os grãos do asteroide foram transportados a regiões distantes em nosso sistema.
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O asteroide Ryugu mede aproximadamente 1 km de extensão. Ele foi visitado em 2019 pela missão japonesa Hayabusa-2, que tocou sua superfície e disparou um projétil que, ao encontrar o asteroide, liberou detritos. O procedimento rendeu mais de 5 kg de amostras, que chegaram à Terra em dezembro de 2020.
Para a análise, os pesquisadores trabalharam com objetos semelhantes a côndrulos (grãos minerais esféricos) e inclusões ricas em cálcio e alumínio (ou "CAIs", na sigla em inglês). Os grãos são componentes típicos dos meteoritos do tipo condrito, que vêm do Cinturão de Asteroides e chegam à Terra sem sofrerem os efeitos de outros processos.
Eles também analisaram a proporção de diferentes isótopos de oxigênio, ou seja, átomos do elemento com variações na massa devido à diferença da quantidade de nêutrons no núcleo deles. Os isótopos presentes nas amostras, somados aos estudos do tamanho e composição dos grãos, mostraram que eles provavelmente têm origem antiga.
Estudar as amostras do Ryugu é uma forma de investigar material "fresco", coletado de um asteroide que, naquele momento, estava a cerca de 15 milhões de quilômetros da Terra — e o mais curioso aqui é que análises de outras equipes sugeriam que, na verdade, o Ryugu foi formado quase nos limites do Sistema Solar, muito mais longe da Terra.
Entretanto, a equipe descobriu que os grãos das amostras do Ryugu foram provavelmente transportados em trajetórias de círculos gradualmente mais amplos, iniciados no Sistema Solar interno jovem. Depois, eles seguiram para a região mais distante e se agruparam no corpo que acabou fragmentado, dando origem ao asteroide Ryugu.
Daisuke Nakashima, geoquímico que liderou o estudo, explica que agora eles querem analisar mais dos compostos sólidos no asteroide Ryugu para entender melhor o transporte radial observado nas partículas. "Esta é uma pesquisa fundamental dos eventos antigos que formaram nosso Sistema Solar", finalizou.
O artigo com os resultados do estudo foi publicado na revista Nature Communications.
Fonte: Nature Communications; Via: Tohoku University
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