Astronautas corrigem vazamento na Estação Espacial Internacional
Autoridades da Nasa indicaram, no entanto, que demorarão 'várias semanas' para determinar a origem da fuga de amoníaco
Dois astronautas da agência espacial americana (Nasa) conseguiram corrigir, neste sábado, uma fuga de amoníaco na Estação Espacial Internacional (ISS) após substituir uma bomba defeituosa durante uma caminhada de pouco mais de cinco horas, informou neste sábado a Nasa.
Os astronautas Tom Marsburn e Chris Cassidy, experientes em caminhadas espaciais, iniciaram o percurso hoje às 9h44 (horário de Brasília) e completaram às 15h44 (em Brasília), após substituírem uma bomba defeituosa por onde escapava amoníaco.
Durante uma entrevista coletiva desde o Centro Espacial Johnson em Houston (Texas), divulgada também na internet, as autoridades da Nasa indicaram, no entanto, que demorarão "várias semanas" para determinar a origem da fuga de amoníaco, detectada na quinta-feira passada no sistema de esfriamento da estação espacial.
"Estamos contentes, muito contentes (com a caminhada)... não vimos sinais óbvios de fugas", disse na entrevista coletiva Joel Montalbano, subdiretor do programa da ISS.
No entanto, Montalbano enfatizou que os testes continuarão e isso levará "várias semanas", talvez "cinco ou mais" para "avaliar o sistema" e assegurar que conseguiram "frear a fuga".
"Conforme o tempo passa, claro, se adquire mais confiança" de que é possível resolver o problema de forma definitiva, acrescentou.
Montalbano não pôde precisar o alcance ou quantidade da fuga de amoníaco, mas destacou que o sistema elétrico da ISS é "muito robusto" e não enfrenta problemas.
Marshburn e Cassidy instalaram uma nova bomba mas, aparentemente, não encontraram evidências da fuga detectada na quinta-feira e nem danos aparentes. Como medida de precaução, os engenheiros da Nasa realizaram provas de pressão no sistema de esfriamento para assegurar o bom funcionamento da nova bomba instalada.
Ao longo da caminhada, Marshburn e Cassidy mantiveram estreita comunicação com as autoridades em Houston. Cassidy indicou que embora não tenha encontrado exatamente a origem da fuga, "conseguir o que esta equipe fez entre ontem e hoje, trabalhando praticamente 48 horas seguidas, é um esforço notável de parte de todos".
Ambos os astronautas viajaram à ISS em 2009 na nave Endeavour e fizeram uma caminhada para substituir uma bateria na mesma área onde foi identificada a fuga de amoníaco.
As autoridades indicaram que as caminhadas espaciais raramente são decididas de forma improvisada -como nesta ocasião-, mas a Nasa quis inspecionar o sistema de esfriamento e corrigir a avaria.
Segundo as autoridades, a equipe de seis astronautas não corre perigo e a ISS conta com suficiente energia para suas operações, embora a Nasa tenha tido que apagar a fonte de energia de um dos oito painéis solares que abastecem a estação.
Na sexta-feira, o diretor do programa da ISS, Michael Suffredini, explicou durante uma entrevista coletiva que se tratava de uma "situação séria", mas enfatizou que a estação pode operar sem problemas.
Segundo Suffredini, a suspeita de fuga de amoníaco se deve ao lixo espacial que interfere com um tubo no radiador. O amoníaco é um elemento fundamental que circula através dos sistemas externos de controle térmico da estação para esfriar e manter na temperatura de sistemas da estação adequada.
A ISS, um projeto de US$ 100 bilhões no qual cooperam 15 países, orbita a 385 quilômetros da Terra e a quase 27 mil km/h. A bordo da ISS estão atualmente seis tripulantes: além de Marshburn e Cassidy, os russos Roman Romanenko, Alexander Misurkin e Pavel Vinogradov, e o canadense Chris Hadfield.
Se prevê que Marshburn, Hadfield e Romanenko retornem para Terra em 13 de maio e, segundo a Nasa, a fuga de amoníaco não alterou os planos para a volta dos astronautas.