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Astronautas presos no espaço: como os 9 meses fora da Terra afetam o corpo e a mente

Alguns dos impactos mais comuns são fraqueza muscular, perda de massa óssea, tonteira e problemas de visão

18 mar 2025 - 18h31
(atualizado em 19/3/2025 às 14h05)
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Resumo
Os astronautas Sunita Williams e Butch Wilmore enfrentam desafios físicos e psicológicos após retornarem à Terra depois de nove meses na ISS, incluindo atrofia muscular, perda de massa óssea, problemas vestibulares e de visão, além de dificuldades na readaptação sensorial e social.
Os austronautas da Nasa Butch Wilmore e Suni Williams passaram mais de nove meses na Estação Espacial Internacional
Os austronautas da Nasa Butch Wilmore e Suni Williams passaram mais de nove meses na Estação Espacial Internacional
Foto: Divulgação/Nasa / Estadão

Depois de passarem uma temporada estendida na Estação Espacial Internacional (ISS), os astronautas Sunita Williams e Butch Wilmore levarão semanas - ou até mesmo meses - para se readaptar à vida na Terra. De forma geral, os astronautas passam, no máximo, seis meses em missões espaciais, mas Sunita e Butch (que embarcaram para uma temporada de apenas dez dias), ficaram por pouco mais de nove meses no espaço.

Embora os astronautas tomem uma série de medidas para prevenir os problemas, eles sempre apresentam alguma fragilidade no retorno ao planeta. Depois de mais de nove meses em órbita, os problemas podem ser maiores. Todo esse período em microgravidade pode ter provocado mudanças físicas e psicológicas importantes.

Em microgravidade, os músculos do corpo não se exercitam da mesma forma com que fazem na Terra porque há muito menos resistência. Por isso, astronautas costumam voltar ao planeta com atrofia muscular, especialmente nas pernas, costas e pescoço.

Pelo mesmo motivo, eles perdem também massa óssea, na ordem de 1% por mês passado no espaço, o que aumenta o risco de fratura. Embora eles tenham sido submetidos a uma rotina de exercícios de força, e altas doses de cálcio e vitamina D, pode levar alguns meses até que recobrem totalmente a força.

O sistema vestibular (do ouvido interno), que regula o equilíbrio, não funciona da mesma maneira no espaço. Quando os astronautas retornam, eles costumam apresentar tonteiras, vertigem e dificuldade de manter o equilíbrio. Sunita e Wilmore podem experimentar, por exemplo, a sensação de que o ambiente ao redor está girando e enjoos, especialmente ao mover a cabeça.

Outro problema é que, em microgravidade, o sangue tende a subir, em direção ao peito e a cabeça, deixando o rosto mais inchado. Por conta dessa redistribuição nos fluidos, há menos circulação nas pernas. Na volta à Terra, com a gravidade, o retorno da circulação normal pode causar uma condição chamada de hipotensão ortostática (a queda súbita da pressão ao se levantar), que pode causar desmaios e mal-estar.

Quando retornam de missões no espaço, alguns astronautas apresentam problemas de visão, uma condição chamada de Síndrome Neuro-ocular Associada a Voos Espaciais, o que pode causar vista embaçada e dificuldade de focar em objetos mais próximos.

Além dos problemas físicos, ir e voltar do espaço pode ter também impactos psicológicos. Segundo especialistas da agência espacial americana, a Nasa, os astronautas precisam se readaptar, por exemplo, à sobrecarga sensorial da Terra, com todas as interações sociais e rotinas diárias.

Cheiros, sons, luzes e movimentos podem ser acachapantes. Alguns astronautas sentem uma sensação de perda e vazio depois de voltarem de uma experiência tão intensa e transformadora. A Nasa oferece apoio de uma gama de profissionais para a readaptação dos astronautas à vida terrestre.

Estadão
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