Uma sonda da Nasa conseguiu registrar pela primeira vez a cauda do Sistema Solar, divulgou a agência espacial americana nesta quarta-feira. Há muito tempo os cientistas acreditavam que o nosso sistema planetário tivesse, assim como cometa, uma cauda. Ela é um prolongamento da heliosfera (a "bolha" das partículas emitidas pelo Sol) causada pelo nosso deslocamento na Via Láctea, a nossa galáxia.
Os pesquisadores analisaram dados dos três primeiros anos de registros da sonda Ibex, que mapeou os limites do Sistema Solar, algo que outros equipamentos nunca conseguiram. Eles encontraram uma região com dois lóbulos com partículas em baixa velocidade, outros dois com partículas em alta, sendo que a estrutura é retorcida devido à influência de campos magnéticos fora do nosso sistema. Segundo os cientistas, a figura formada lembra um trevo de quatro folhas e pode ser explicada pelo fato de o Sol enviar as partículas mais rápidas de seus polos e as mais lentas da região equatorial.
Quando o Sol ejeta partículas, elas viajam uma enorme distância, muito além dos planetas, até mudar de direção e se juntar ao fluxo criado pelo nosso movimento no material interestelar. Essas partículas acabam na cauda do Sistema Solar e ficam para trás. Assim, ao acharmos essa "heliocauda", como chamam os cientistas, temos uma ideia da direção na qual nosso sistema está se movendo na Via Láctea.
"A cauda é nossa pegada na galáxia, e é emocionante que estamos começando a entender sua estrutura", diz Eric Christian, cientista da missão. "O próximo passo é incorporar essas observações em nossos modelos e começar o processo de realmente entender a heliosfera."
Apesar de seu aspecto por vezes monótono, o Sol é uma estrela dinâmica e de grande beleza. Uma análise dos diferentes comprimentos de onda da luz produzida pelo Sol revela processos e camadas bastante distintos
Foto: Nasa / Divulgação
A 'fotosfera' é a superfície visível do Sol, com a qual estamos mais acostumados. As temperaturas na fotosfera são de 6 mil graus Celsius. As manchas escuras são provocadas por atividades magnéticas intensas, que são 1,5 mil graus mais frias do que o resto da superfície. Grandes manchas são até seis vezes maiores do que o diâmetro da Terra
Foto: Nasa / Divulgação
Acima da superfície visível do Sol está a atmosfera, ou cromosfera, onde as temperaturas vão de 6 mil a 20 mil graus Celsius. Os átomos de hidrogênio produzem um comprimento de onda específico de luz vermelha. Ali, uma estrutura de filamentos é visível. Eles são jatos de gás frio suspensos da cromosfera por campos magnéticos poderosos
Foto: Nasa / Divulgação
A região de transição é uma camada fina entre a cromosfera e a atmosfera do Sol, onde as temperaturas variam muito - de 20 mil graus a 1 milhão de graus Celsius. Essa impressão foi capturada com luzes ultravioletas, que são invisíveis a olho nu
Foto: Nasa / Divulgação
A atmosfera do Sol é chamada de coroa (ou corona) solar. Esta imagem, usando luz ultravioleta, mostra as partes mais quentes da zona de transição e a coroa. As diferentes cores representam temperaturas distintas: o vermelho é relativamente frio (cerca de 60 mil graus), enquanto o azul e o cinza são temperaturas muito quentes (mais de 1 milhão de graus)
Foto: Nasa / Divulgação
Forças magnéticas expelem 'matéria solar' além da coroa, em eventos conhecidos como 'ejeção de massa coronal'. Esta imagem aproximada mostra o fenômeno. As ejeções podem viajar a quase 1,4 mil quilômetros por segundo, alcançando o campo magnético da Terra em questão de dias
Foto: Nasa / Divulgação
Quando a matéria solar alcança o campo magnético da Terra, ela cria este efeito magnífico, chamado de aurora. A matéria solar interage com os gases da atmosfera, produzindo esta luz encantadora. A luz é mais visível próximo aos polos magnéticos da Terra, onde há maior concentração do campo magnético. A aurora australis (no polo Sul) retratada aqui foi fotografada pela Estação Espacial Internacional
Foto: Nasa / Divulgação
Esta imagem - com técnica fotográfica de time-lapse - foi produzida pela Estação Espacial Internacional, que viajava entre a Terra e o Sol. A Estação está muito mais perto da Terra, por isso temos a noção equivocada sobre o seu tamanho. A Estação tem o tamanho de um campo de futebol. Já o Sol possui diâmetro 100 vezes superior ao da Terra