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Cientistas descobrem como o espaço altera as células humanas

Estudo descobre que as células se comportam de forma diferente durante a divisão celular na microgravidade. A proteína SUMO é fundamental na contenção de danos

31 mar 2023 - 12h42
(atualizado às 17h06)
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Financiado pela NASA, um novo estudo avança na compreensão de como as células são afetadas pela microgravidade do espaço. Adiantamos que, sim, os processos de divisão celular são levemente diferentes daqueles que ocorrem na Terra, mas o impacto ainda é desconhecido em organismos complexos. Por outro lado, é possível que mecanismos naturais ajudem no processo de adaptação.

Entender como esses processos são afetados pela microgravidade e desenvolver novas formas de proteção são fundamentais para que astronautas sobrevivam durante longas missões espaciais, como a ida para Marte. Inclusive, é esse o objetivo de uma equipe de pesquisadores da Universidade Estadual de Oklahoma, nos Estados Unidos.

Como a microgravidade afeta as células?

Por enquanto, os testes foram feitos com células de leveduras, um tipo de fungo que é comumente usado em pesquisas científicas. No total, foram analisadas seis divisões celulares, sendo que elas ocorreram na gravidade normal da Terra ou na microgravidade simulada. No último caso, os cientistas usaram um recipiente que simula os efeitos da "gravidade zero", como é possível observar na figura a seguir:

Foto: Ktsimage/Envato / Canaltech

Durante o processo, os pesquisadores descobriram que as Proteínas Modificadoras do Tipo Ubiquitina (SUMO) desempenham um papel fundamental na adaptação celular à microgravidade simulada. Muito provavelmente, nessa proteína, estão algumas respostas ou estratégias para que danos ao organismo sejam evitados em longas viagens.

"Sob condições normais de gravidade, a SUMO é conhecida por responder ao estresse e desempenhar um papel crítico em muitos processos celulares, incluindo reparo de danos ao DNA, regulação do citoesqueleto, divisão celular e renovação de proteínas", afirma Rita Miller, professora de bioquímica da universidade e uma das autoras do projeto, em comunicado. "Esta é a primeira vez que a SUMO demonstrou ter um papel na resposta da célula à microgravidade", acrescenta.

Entenda o que os cientistas descobriram sobre as mudanças no processo de divisão celular

Para definir como a gravidade afeta o processo de divisão celular, foi comparado o nível de expressão de proteínas para células que experimentaram cada condição de gravidade. Como era de se esperar, muitas diferenças foram observadas, mas chamava a atenção justamente aquelas proteínas que interagiam fisicamente com a SUMO — para ser mais preciso, 37 proteínas. Em média, os níveis de expressão foram 50% maiores que na Terra.

Segundo os autores, no grupo de proteínas relacionadas com a SUMO, estavam algumas associadas com o reparo de danos ao DNA, o que, em tese, poderia proteger melhor as células da radiação no espaço e evitar possíveis casos de câncer. Além dessas, outras proteínas estavam relacionadas com a manutenção da forma celular, a divisão celular e o tráfego de proteínas dentro das células.

A hipótese é que essa maior atividade das proteínas relacionadas com a SUMO seja uma estratégia de proteção e contenção de danos, representados pelos efeitos da microgravidade. Por isso, a próxima etapa é entender como a ausência da SUMO no mesmo experimento vai modificar os resultados obtidos.

Vale explicar que a pesquisa foi apresentada pelo pesquisador Jeremy Sabo, pela primeira vez, durante o encontro anual da Sociedade Americana de Bioquímica e Biologia Molecular (Asbmb) no começo desta semana. Em breve, o estudo será publicado na íntegra em uma revista científica.

Fonte: Asbmb (EurekAlert)    

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