Cientistas querem tratado para proteger órbita da Terra do lixo espacial
Cientistas da NASA, de universidades e outras instituições querem criar um acordo para proteger a órbita terrestre em meio à expansão da indústria espacial
Uma equipe internacional de cientistas da NASA e outras instituições querem criar um tratado para evitar que o lixo espacial não coloque em risco o espaço próximo da Terra. Em uma publicação, pesquisadores da agência, universidades dos Estados Unidos, entre outros, destacaram a necessidade de um consenso global para proteger a órbita da Terra.
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O movimento de criação do tratado ocorre após quase 200 países concordarem em assinar um acordo de proteção das águas internacionais — e, para os especialistas, é necessário aplicar as lições aprendidas de uma parte do nosso planeta para outra.
"O problema com a poluição dos plásticos, e muitos dos outros desafios com nossos oceanos, estão atraindo atenção global agora, mas houve ação colaborativa limitada e a implementação foi lenta", disse Imogen Napper, cientista participante da iniciativa.
Hoje, há cerca de 9 mil satélites na órbita da Terra, mas é possível que este número aumente para 60 mil na próxima década. Se considerarmos os fragmentos de antigos satélites não rastreador orbitando nosso planeta, o total aumenta para mais de 100 trilhões.
Pensando neste cenário, a colaboração internacional de especialistas em diferentes áreas destacou a necessidade de um acordo para proteger a órbita terrestre. Eles destacam que o acordo deveria incluir medidas para implementar responsabilidades de criador e usuário para satélites e detritos desde o lançamento até a permanência no espaço.
Para eles, a menos que ações sejam tomadas imediatamente, grande parte dos arredores do planeta podem ter um destino semelhante àquele dos oceanos, com a destruição de habitats marinhos, poluição causada por plásticos e mais. O tratado de proteção dos oceanos levou 20 anos para ser implementado, e eles querem evitar que algo do tipo ocorra com o lixo espacial.
"Os satélites são vitais para a saúde das pessoas, economia e para a Terra, mas o uso do espaço para o benefício das pessoas e do planeta está em risco", alertou Melissa Quinn, diretora do espaçoporto Cornwall. "Ao comparar como tratamos nossos mares, podemos ser proativos antes de danificarmos o uso do espaço para gerações futuras", finalizou.
Eles discutiram a necessidade do tratado em uma publicação na revista Nature.
Fonte: Science
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